Atraso na solenidade de reinauguração deixou irritadas as pessoas que chegaram cedo para a abertura da unidade.
Não eram nem 10h ainda e a moradora do Morro da Providência, Aline Martins, de 36 anos, acompanhada do marido Paulo, de 33, e dos cinco filhos do casal, com idades entre um mês e sete anos, já estavam postados no lado de fora do Restaurante do Povo Herbert de Souza, Betinho, perto da Central do Brasil. A família estava entre as mais de mil pessoas que compareceram ao local no primeiro dia da abertura da unidade, que estava fechada há cinco anos, e chegaram bem cedo.
Nesse primeiro dia não houve cobrança das refeições. Por essa razão, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, disse não ter como precisar quantas pessoas passaram pela unidade. Porém estimou em mais de mil as refeições servidas de graça. A partir desta quarta-feira passa a ser cobrado R$ 1 pelo almoço. Deficientes físicos e idosos a partir de 60 não pagam. O funcionamento será das 11h às 15h.
O atraso no início da cerimônia de inauguração, que estava marcada para as 11h, fez com que a abertura do local ao público demorasse quase duas horas, causando irritação em quem esperava desde cedo. Após os discursos e o descerramento da placa de inauguração, as autoridades entraram na frente, assim como os convidados, e o público teve de esperar um pouco mais para experimentar a refeição.
Uma multidão se postou diante das portas e uma criança chegou a passar mal. Na saída, sem se referir ao atraso da cerimônia, o governador Cláudio Castro, disse que o princípio de confusão era uma demonstração de que a população estava ansiosa pela reabertura da unidade, inaugurada em 2000 e fechada desde 2018.
Confusão é sinônimo do que a população está precisando. Eu acho que mostra a necessidade que tinha de ter um equipamento desse. As pessoas estão com fome, vieram pra cá e vão entender os horários, vão começar a se organizar. Mostra a necessidade de um equipamento como esse. O quanto ele é importante e o quanto ele veio na hora certa. Se na inauguração de coisa de rico tem confusão, imagina em um equipamento desse que as pessoas precisam demais. Mostra que o Estado está no caminho certo de lançar um equipamento desse tamanho nessa região tão importante da cidade afirmou o governador.
Castro disse em seu discurso que a unidade preparada para, num primeiro momento, servir até 3 mil refeições, poderia ampliar para 5 mil em breve. Mais tarde, em entrevista, declarou que a ideia é aumentar ainda mais a capacidade.
A princípio, quando a gente falou 5 mil, era só café da manhã e almoço. A gente ainda quer dar o lanche e o jantar. Então, a gente ainda vai aumentar muito mais. O meu sonho é que a gente chegue a 8 mil refeições por dia aqui, contando tudo.
A unidade da Central é da 11ª em funcionamento, mas o governador prevê que até o final da sua gestão, atinja entre 25 a 30.
Lembrando que ele (Restaurante do Poco) foi criado há 25 anos atrás (com o nome de Restaurante Popular) a R$ 1. Passou para R$ 2 e a gente volta para R$ 1, deixando cada dia mais acessível para a população.
Para a ambulante Kelly Gomes, de 55, também moradora no Morro da Providência, a reabertura do restaurante significa uma grande economia. Ela diz que uma refeição em outros estabelecimentos da região não sai por menos de R$ 15.