Evento de três dias em Brasília também mostrou municípios governados pelo PSB e que são destaque de gestão.
O seminário preparatório “Cidades Inclusivas” foi realizado no Hotel Nacional, em Brasília, de 5 a 7 de maio, e reuniu mais de 850 pré-candidatos a prefeito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Sob coordenação da Fundação João Mangabeira (FJM), o encontro teve como objetivos consolidar a marca de programas inovadores desenvolvidos em administrações socialistas e subsidiar os participantes com informações para a campanha por meio de palestras com diversas temáticas.
Na abertura do seminário, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o partido não abrirá mão do seu projeto de candidatura própria à Presidência da República e que deve dar exemplo e não “cair na mesmice” de outras legendas que buscam apenas o interesse de buscar espaços no governo. “Deve haver um propósito para mudar a política e o país, ou os cargos não nos interessarão. Foi isso o que dissemos ao vice-presidente da República. Entregamos um documento e dissemos, ‘não viemos à procura de cargos’. Temos a disposição de contribuir com o governo, com ou sem cargos”. Siqueira defendeu, ainda, um novo modelo federativo no País, para que Estados e municípios tenham maior capacidade de investir e solucionar as demandas locais da população que vive nas cidades. Em seu discurso, ele propôs uma mobilização dos prefeitos em defesa de uma distribuição mais equilibrada das atribuições e dos recursos públicos entre os entes federativos. Declarou, ainda, que os prefeitos precisam se mobilizar, governar bem e com mais capacidade de mudança. Siqueira disse que aposta no desempenho dos candidatos do partido nas eleições deste ano. Na noite de abertura, o vice-ministro de Infraestrutura e Transportes da Itália e secretário Nacional do Partido Socialista Italiano, Riccardo Nencini, ministrou a conferência “O Socialismo e as Cidades Inclusivas” e defendeu a importância das cidades e do investimento social.
O segundo dia de evento teve início com o lançamento do livro “Compromisso com o futuro – Organização de candidaturas socialistas”, de autoria do secretário-geral do PSB e presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande. O autor disse que o livro traça o perfil do que deve ser um candidato socialista, na sua concepção, traz diretrizes básicas para uma campanha e noções de gestão municipal. Legislação eleitoral, financiamento e prestação de contas de campanhas foram os temas da segunda conferência do dia, que contou com a presença do ex-ministro do STJ e ex-ministro substituto do TSE, Gilson Dipp, do especialista em Direito digital, Alexandre Atheniense, e dos advogados e especialistas em Direito eleitoral, Gabriela Rollemberg e Rafael Carneiro. As particularidades das eleições de 2016 e a força das redes sociais foram temas de debate no segundo dia de seminário. Especialistas em marketing político e redes sociais, Kao Martins e Leonardo Carraretto, ressaltaram a importância da pré-campanha neste ano e o uso intensivo das redes sociais pelos candidatos. Após isso, prefeitos socialistas de cinco cidades do País relataram experiências exitosas em suas gestões durante uma mesa redonda. Os mandatários ressaltaram a importância de dialogar com a população e de criar iniciativas simples para melhorar a vida dos cidadãos, além de apresentarem seus programas à plateia.
No último dia de evento, o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, falou sobre a conjuntura nacional e que o partido votou favoravelmente ao impeachment da presidente Dilma Rousseff como uma forma de sentenciar alguém que errou e cometeu crimes. Para o socialista, o posicionamento do PSB não foi uma forma de “eleger Michel Temer”. Beto ressaltou que o partido também defendeu a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, e o cientista político Alberto Almeida, do Instituto Análise, apresentaram pesquisas que mostram o comportamento e o que pensa o eleitor brasileiro. Meirelles ressaltou a desconfiança do cidadão com os políticos, enquanto Almeida demonstrou dados que influenciam no resultado eleitoral. Os segmentos organizados do PSB – Secretaria de Mulheres, Juventude Socialista, Movimento Popular Socialista, Negritude Socialista Brasileira e Sindicalismo Socialista Brasileiro – apresentaram aos pré-candidatos propostas e destacaram ideias que gostariam de ver colocadas em prática nas cidades do País.
Para encerrar o evento, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu a unidade da base e da direção do partido.
Siqueira disse que a união é a única saída para contrapor a corrosão do sistema político nacional. Presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande disse que o evento contribuiu para a construção de um plano de governo nas cidades que mude o país.
Entre os cerca de 800 pré-candidatos que compareceram ao seminário do Partido Socialista Brasileiro, em Brasília, a delegação do Rio de Janeiro mostra que o partido está bem organizado no Estado. Composta de 34 pretendentes às prefeituras fluminenses, estiveram representados os municípios de Santo Antonio de Pádua, Angra dos Reis, São José do Vale do Rio Preto, Pinheiral, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Seropédica, Petrópolis, Volta Redonda, Resende, Macaé, Itaguaí, Araruama, Quissamã, Mendes, Rio das Ostras, São Fidelis, Mangaratiba, Vassouras, Magé, Conceição de Macabu, Rio Claro, Itatiaia, Niterói, São Francisco de Itabapoana, Nova Iguaçu, Campos, Laje do Muriaé, São José do Ubá, Iguaba Grande e Teresópolis.