Nas redes sociais, passageiros relatam estar dentro do avião, sem perspectiva de levantar voo.
Um problema no sistema de visualização de radar da Aeronáutica afeta todos os aeroportos do Rio. A força militar informou que está investigando o incidente. A falha atingiu o controle do tráfego aéreo na cidade e provocou atrasos de mais de duas horas na partida e na chegada de voos nos terminais Santos Dumont e Galeão. De acordo como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), sistema só voltou a operar normalmente às 11h. Os passageiros, no entanto, ainda enfrentam atrasos nos voos.
Em nota, o Decea informou que o sistema de visualização radar na Área de Controle Terminal do Rio de Janeiro, que inclui os aeroportos do Galeão e Santos Dumont, já opera normalmente.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o problema foi causado por uma instabilidade no sistema de visualização de radar. Desde as 8h desta quinta-feira, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) adotou intervalos maiores entre as aeronaves em voo na Área de Controle Terminal do Rio de Janeiro, que inclui os aeroportos do Galeão e Santos Dumont.
Segundo a Aeronáutica, o aumento dos intervalos busca manter o nível de segurança das operações, com o menor impacto possível para os passageiros.
Segundo a assessoria de imprensa do consórcio Rio Galeão, há transtorno em pousos e decolagens em função do problema. Já no Aeroporto Santos Dumont, as chegadas de voos têm atraso, mas as decolagens operam normalmente.
O passageiro Carlos Roberto Abrantes, de 58 anos, aguardava dentro da aeronave desde 8h25m por um voo da Avianca com destino a Salvador, na Bahia.
Ele (piloto) diz que é um problema no sistema, mas não tem uma posição clara. Você não consegue ligar para a administração do aeroporto. Já tem gente passando mal. Nos oferecem água. Estamos aqui desde 8h25, dentro do avião, lotado. O voo era de 9h50. Algumas pessoas estão circulando. Duas crianças não param quietas. Estamos à deriva. Já perdi a barca que pegaria em Salvador para o Morro de São Paulo. Isso atrapalhou não só a minha viagem, mas a de todos aqui — contou o passageiro.
Carlos Roberto Abrantes chegou a Salvador às 13h para, enfim, aproveitar as férias com a família depois de duas horas e meia de atraso. A previsão de chegada do voo à Bahia era 10h30.
O Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, também foi afetado. Pelo menos três voos, que partiriam do Rio para São Paulo tinham chegada prevista para 9h45, estão atrasados. Um deles só deve chegar ao meio-dia.
No terminal de Congonhas, na capital paulista, o advogado Antonio Amaro, de 49 anos, disse que esperou quase duas horas no avião da ponte aérea da Gol para o Rio.
Acabaram de liberar a decolagem! Fiquei quase duas horas preso no avião esperando. O voo das 8h40 já não tinha decolado. O meu voo era o das 9h10 explicou o advogado, por volta de 10h30.
Nas redes sociais, passageiros relatam estar há pelo menos 30 minutos dentro do avião, sem perspectiva de levantar voo.
“Decolagens suspensas no Galeão. O radar quebrou. Estou dentro de um avião, cheio de crianças. Sem perspectivas de decolar”, escreveu um internauta.
“Galeão fechado para pousos e decolagens. Nenhuma explicação. 30 minutos dentro do avião. Alguém sabe o que está acontecendo?”, destacou outra usuária.
“Radar quebrado do aeroporto do Galeão. Operando no manual. Desde 08h50mim dentro do avião a espera da decolagem”, frisou uma terceira.
Leia a íntegra da nota do Consórcio Rio-Galeão:
“O RIOgaleão informa que, em função de uma instabilidade no sistema de visualização de radar na região do Rio de Janeiro, de responsabilidade da Aeronáutica, o Aeroporto Internacional Tom Jobim entrou em operação convencional, que aumenta o intervalo entre pousos e decolagens, desde as 8h17 de hoje (05/04). A concessionária reforçou as equipes de atendimento e segurança nos terminais para informar e orientar os passageiros e acompanhantes. A empresa também está em contato permanente com a Torre de Controle da Aeronáutica aguardando a normalização da operação”.
Já o Santos Dumont informou que “pousos e decolagens estão sendo operados no modo visual. As decolagens estão sendo realizadas, mas há atrasos nas aterrissagens”.
Fonte: Jornal Extra