Prepare-se para ver Marte o mais perto possível da Terra

Fenômeno acontece a cada 2 anos e 50 dias. A partir das 21h de sábado, no horizonte Leste do céu, poderá ser vista uma estrela vermelha brilhante.

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A partir da noite deste sábado (21) até a manhã de domingo (22), um espetáculo ocupará o céu: Marte vai entrar em oposição, podendo ser visto a olho nu de todo Brasil – na época em que fica o mais próximo possível da Terra. “A oposição de Marte ocorre quando Sol, Terra e Marte estão alinhados, com o nosso planeta no meio. Isso faz com que Marte fique o mais próximo possível da Terra, podendo ser visto a olho nu como uma estrela vermelha muito brilhante no céu”, disse Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O fenômeno acontece a cada 2 anos e 50 dias.

Para conseguir acompanhar o evento no céu, os entusiastas e astrônomos devem olhar, a partir das 21h, para o horizonte Leste do céu, onde nasce o Sol. “As pessoas devem buscar, a Leste do céu, um ponto vermelho na constelação de Escorpião. O ideal é observar o espetáculo por volta da meia noite, quando já não teremos tantas interferências atmosféricas que comprometam a observação. A melhor visualização é feita com telescópios e em locais mais afastados, como campos e litorais. Mesmo assim, por ser bastante brilhante, Marte vai poder ser observado em grandes cidades a olho nu – claro, se as condições forem favoráveis: céu limpo, sem nuvens ou chuva”, explica Mello.

O alinhamento entre Sol, Terra e Marte ocorre entre o sábado e o domingo, mas o fenômeno de aproximação do planeta vermelho com a Terra começa uma semana antes e vai até uma semana depois. Marte deve atingir seu ponto mais próximo da Terra em 11 anos na segunda-feira (30), quando ficará a aproximadamente 75.3 milhões de quilômetros do nosso planeta. “Como o planeta vermelho vai estar muito próximo, poderemos observá-lo com mais detalhes durante esse período”, afirma o astrônomo.

Lua Azul (ou Blue Moon, no inglês) – Além de Marte, na noite entre sábado e domingo o céu também será ocupado por outro evento: a Lua Azul. Aparecendo no céu como uma Lua cheia comum, a Lua Azul não é gigante, nem com coloração azul. O que ela tem de diferente? A história. “No século XIX, para contar os meses de uma estação e se preparar para a entrada da próxima, as pessoas utilizavam as Luas: como o ano possui quatro estações distintas e temos 12 meses, cada estação teria 3 meses. Para saber quando a estação iria mudar, eram contados os números de Luas cheias; a cada três Luas cheias (que ocorrem uma vez por mês) , mudava a estação – e a terceira Lua, portanto, anunciava essa mudança.

O problema é que a contagem de períodos lunares é de 29 dias, enquanto nossos meses têm entre 30 e 31 dias. Isso fez com que, em determinadas estações, ao invés de três luas, quatro Luas cheias participassem de um ciclo – ou seja, a terceira lua não era exatamente a que anunciava a entrada da próxima estação. A essa lua específica (a terceira de uma sequência de quatro luas) foi dado o nome de Blue Moon. “No inglês antigo, o nome dado à Blue Moon não significava Lua Azul, mas sim Lua Traidora: justamente porque não anunciava o final de uma estação, mas ‘enganava’ as pessoas. A tradução original foi perdida com os aprimoramentos da língua e substituição do termo original por ‘blue’ (azul, em inglês). Assim, hoje a chamamos de Lua Azul”, disse Mello.

A partir de meados do século XX, um astrônomo amador confundiu a denominação original da Lua Azul e acabou por apelidar a segunda Lua cheia de um único mês de Lua Azul: isso fez com que, dentre as denominações, existissem dois “tipos” de Luas Azuis – a da denominação original, e a nova denominação astrônomo amador (mais utilizada por cientistas atualmente).

Neste final de semana prepare-se para ver Marte “visitando” nosso planeta e uma verdadeira Lua Azul do século XIX.

1. Trânsito de Mercúrio

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Na manhã de 9 de maio, o céu será palco de um raro fenômeno astronômico: o trânsito de Mercúrio, nome dado à passagem do planeta entre o Sol e a Terra. O evento, que acontece 13 vezes em um intervalo de 100 anos, é como se fosse um “eclipse”. No entanto, devido ao seu tamanho diminuto e à grande distância que está da Terra, Mercúrio poderá ser observado como uma pequena bola negra passando em frente do Sol, sem encobrir o grande astro. Em 2016, o fenômeno terá início às 8h08 e terminará às 15h36. “O trânsito só poderá ser observado usando instrumentos óticos (binóculos e telescópios) e tomando as precauções necessárias a toda observação solar: observar somente pelo método da projeção – binóculos ou telescópios – ou com filtros astronômicos especiais. Em hipótese alguma se deve utilizar materiais caseiros como chapas de raios-X, filmes velados, pois podem causar danos a visão do observador. Para observar, tomando as devidas precauções, deve-se olhar para o Sol: Mercúrio aparecerá como um pequeno disco se deslocando lentamente em frente ao Sol”, diz Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

2. Conjunções planetárias

Vista de fenômeno astronômico da conjunção do planeta Venus com a Lua Crescente a partir de São Paulo, SP. (São Paulo, SP, 08.09.2013. Foto de Marcele Flores/Frame/Folhapress)

Durante as conjunções planetárias, dois ou mais corpos celestes aparentam estar muito próximos um do outro no céu. Em 2016, o destaque será para as aproximações de Vênus e Saturno, em 9 de janeiro, e de Vênus e Júpiter, em 27 de agosto, que poderão ser vistas de todo o país. Os planetas poderão ser vistos tanto a olho nu como com o uso de equipamentos (binóculos e telescópios). A conjunção de Vênus e Saturno acontece a partir das 4h até o amanhecer, na direção Leste do céu. Já a aproximação de Vênus e Júpiter terá início no entardecer e será visível até às 19h30.

3. Oposição de Marte

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Na noite de 22 de maio, a Terra estará entre Marte e o Sol, o momento mais adequado para observar o planeta da superfície terrestre. O fenômeno, chamado de “oposição”, pois é o instante em que Marte e o Sol estão em posições opostas, poderá ser visto em todos os Estados brasileiros, sem o auxílio de instrumentos. “Em 2016, Marte atingirá a melhor posição de observação desde 2005, quando ficará a 76 milhões de quilômetros da Terra e atingirá magnitude -2, mais brilhante que qualquer estrela no céu”, disse Rojas. Para observar um astro em oposição, deve-se olhar, no começo da noite, na direção Leste, onde o Sol nasce. O ponto mais brilhante será o planeta, que ficará visível durante toda a noite.

4. Chuva de meteoros Eta Aquarídeas

The Geminid meteor shower is seen while the moon rises late on December 13, 2014 above Skopje, Macedonia. There are three major meteor showers during a year and this weekend's Geminid is the one visible in both hemispheres. AFP PHOTOS / ROBERT ATANASOVSKI

A principal chuva de meteoros de 2016 será a Eta Aquarídeas, que atingirá seu ápice em 7 de maio e poderá ser observada a olho nu de todo o país. O fenômeno está associado ao cometa 1P/Halley e é visível, anualmente, entre os dias 19 de abril e 28 de maio. “Deve-se olhar para a constelação de Aquário a partir das 3h, sendo que o melhor horário para a observação será cerca de uma hora antes do amanhecer”, diz Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Neste ano, a Geminídeas, que costuma ser a mais intensa chuva de meteoros anual, não poderá ser vista, pois será prejudicada pela iluminação da Lua Cheia.

5. Superluas

-- AFP PICTURES OF THE YEAR 2013 -- A full moon sets behind the Christ the Redeemer statue on top of Corcovado hill in Rio de Janeiro, Brazil, on May 25, 2013. Pope Francis will visit to Rio de Janeiro during the World Youth Day event on July 23 to 28. AFP PHOTO/Yasuyoshi CHIBA

“Superlua” é o nome dado ao fenômeno em que a Lua parece estar maior e mais brilhante. Ele ocorre quando o perigeu lunar – ponto da órbita em que o satélite está o mais próximo possível da Terra – coincide com a fase cheia da Lua. Nesse momento, ela pode parecer até 14% maior e até 30% mais brilhante. Em 2016, o céu terá “superluas” nos dias 16 de agosto, 14 de novembro e 14 de dezembro.

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Fonte: Veja

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