Aparelhos com tecnologia laser multarão veículos acima de 80 km/h a partir de 1º de junho.
Os motoristas que cruzam os 13,2 quilômetros da Ponte Rio-Niterói pisando fundo no acelerador quando o trânsito está livre para reduzir o tempo de travessia podem começar a mudar de ideia. A partir de 1 de junho, radares fixos em oito pontos da via, localizados a cada três quilômetros, nos dois sentidos, vão multar, 24 horas por dia, quem exceder o limite de 80 quilômetros por hora (km/h).
O objetivo dos novos equipamentos é a redução de acidentes. Técnicos da Ecoponte, que administra a via desde junho do ano passado, detectaram um elevado índice de veículos transitando acima da velocidade permitida, sobretudo durante a madrugada e nos fins de semana. Atualmente, a fiscalização é feita somente por policiais rodoviários com o uso de radares móveis.
Os pontos que receberão os aparelhos no sentido Rio ficam na reta do Cais do Porto, na grande reta, na descida do vão central e próximo à Ilha de Mocanguê. Na direção Niterói, eles serão instalados na reta do Cais do Porto, grande reta, descida do vão central e próximo à praça do pedágio.
Os locais foram escolhidos com base em estudos realizados pela Ecoponte em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, que vai operar os radares fixos. Os novos equipamentos detectam o excesso de velocidade por meio de laser, tecnologia mais moderna do que a maioria dos chamados “pardais”, que têm sensores eletromagnéticos na pista.
A Ecoponte, que vai começar a instalação no mês que vem, não divulgou de qual foi o custo do projeto. A concessionária informou, apenas, que, no contrato assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o compromisso de investimento em 30 anos é de R$ 1 bilhão para melhorias, conservação, obras e compra de equipamentos.
Muitos motoristas reclamam que a velocidade máxima de 80km/h é baixa e pedem, pelo menos, mais 10km/h pelo menos no limite. A PRF, no entanto, argumenta contra. “Alguns motoristas questionam e pedem que seja aumentada para 90km/h a velocidade na via. Entretanto, ela não é baseada em ‘achismos’, mas em estudos técnicos, que levam em considerações diversos fatores, como a quantidade de veículos que trafegam, a largura das faixas, a quantidade de faixas, o fato de não haver recuos, ser uma ponte, em alguns pontos com mais de 50 metros de altura e outros fatores. Além disso, se aumentasse de 80 para 90, a diferença final no tempo de viagem seria mínima, em detrimento da segurança no trânsito. Uma das principais causas de acidentes na ponte é o excesso de velocidade”, explica o inspetor José Helio Macedo, chefe da comunicação social da PRF.
O radares móveis não serão “aposentados” para dar lugar aos fixos, segundo a PRF. Eles continuarão em funcionamento, em locais, dias e horários alternados. O número de acidentes causados por excesso de velocidade na Rio-Niterói em 2015 caiu em relação ao ano anterior. No entanto, o número de mortes cresceu. Foram 976 ocorrências contra 536 em 2014. Feridos leves foram 270 contra 248 e feridos graves 37 contra 24. Já os óbitos subiram de seis para nove.
Carro atinge 196 km/h
Na madrugada de 19 de março, um BMW foi flagrado pelo radar móvel da PRF a 196 quilômetros por hora na subida do vão central, sentido Rio. Este foi o recorde de velocidade registrado pela PRF na via, desde que a Ecoponte assumiu a concessão. Pela infração considerada gravíssima, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o imprudente motorista será multado em R$ 574,62, punido com sete pontos na carteira e ainda corre o risco de ter a carteira suspensa. Neste ano já foram aplicadas mais de 1.600 multas por excesso de velocidade.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, exceder velocidade em até 20% do limite do local é infração média, com multa de R$ 85,13, mais perda de 4 pontos. Exceder velocidade de 20 até 50% (infração grave), multa de R$ 127,69, mais 5 pontos. E velocidade acima de 50% do limite é infração gravíssima, com multa de R$ 574,62, mais 7 pontos, apreensão da carteira e suspensão do direito de dirigir.