Segundo uma investigação da DH, ele é pivô de uma guerra entre milicianos e traficantes.
A guerra entre as quadrilhas começou a ser investigada após o corpo de um homem, identificado como Fernando Marcelino, ser encontrado carbonizado no Complexo do Chapadão no dia 5 de abril do ano passado. O homem foi raptado durante um baile funk na favela, foi morto e teve o corpo queimado em seguida. Testemunhas do crime contaram à polícia que, meses antes de ser morto, Marcelino comprou, por R$ 17 mil, uma Kombi de um miliciano da região, conhecido como Buda, integrante da quadrilha de Porquinho, que age em Nilópolis, Anchieta e Nova Iguaçu. Quando descobriu que o veículo era clonado, Marcelino quis desfazer o negócio e devolveu o carro.
Ainda segundo a investigação, Buda identificado como Marcelo Duarte Lima aceitou a devolução, mas se recusou a devolver o dinheiro. Pelo negócio desfeito, o miliciano ainda teria cobrado mais R$ 1 mil de Marcelino, que se recusou a pagar e passou a sofrer ameaças. Cerca de 15 dias após a devolução da Kombi, Yuri Rodrigues, filho de Marcelino, foi executado por comparsas de Buda.
O crime causou revolta na quadrilha que controla o tráfico de drogas no Chapadão. Em represália, os traficantes capturaram e executaram o filho de Buda, Pedro Vinícius Oliveira de Souza Lima, para “fazer justiça”, segundo a investigação da Polícia Civil. Por conta do assassinato de Vinícius, a milícia comandada por Porquinho planejou nova vingança e, no dia 26 de março, 15 paramilitares em três carros capturaram Marcelino, o executaram a tiros e carbonizaram o corpo dentro do complexo de favelas. O cadáver só foi encontrado mais de uma semana depois.
De acordo com o MP, o mandante do crime foi Porquinho, que teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Criminal. Ele responde a outros processos pelos crimes de associação para constituição de milícia armada e associação para o tráfico.