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Polícia Militar do Rio teme ficar sem cesta natalina

Assessoria de imprensa do governo do estado informou que ainda não há definição sobre a concessão da cesta.

A menos de dois meses do Natal, policiais militares do Rio se preocupam com o risco de não receberem a cesta natalina. A tropa ainda não teve qualquer informação sobre o pagamento do benefício que, em 2014, foi liberado após a data comemorativa, o que deixou grande parte da corporação — principalmente os praças — indignada.

Procurada, a assessoria de imprensa do governo do estado informou que ainda não há definição sobre a concessão da cesta. A PM também não deu informações sobre o pagamento. Pelo menos dois deputados ligados à área de Segurança Pública afirmaram que cobrarão explicações do governador.

— Na próxima terça-feira, vou procurar os secretários de Fazenda (Julio Bueno) e de Planejamento (Cláudia Uchôa) para acabar com essa agonia. Os policiais contam com essa gratificação e precisam saber se vão receber ou não. É pouco, mas faz falta para muitos PMs — afirmou Paulo Ramos (PSOL).

Flávio Bolsonaro (PP) engrossará o coro:

— Vou fazer um apelo para que o governador se sensibilize e priorize o pagamento da cesta aos policiais. É um mimo, um cuidado, um reconhecimento pelo trabalho que a categoria faz. Além disso, não é um gasto tão alto. São cerca de 40 mil PMs, ou seja, uma despesa de cerca de R$ 4 milhões.

No ano passado, o governador Luiz Fernando Pezão demorou tanto a decidir se pagaria ou não a cesta aos policiais que o então comandante-geral da PM, coronel Íbis Silva, chegou a pedir desculpas à corporação. Num vídeo divulgado no site da Polícia Militar, ele se explicou.

“Fiz um esforço muito grande para que o Natal da família azul fosse um pouco mais rico, fosse um pouco mais alegre. Mas eu não tive tempo, eu não tive orçamento para proporcionar a cesta de Natal que eu gostaria que meus policiais e seus familiares e dependentes tivessem. Eu peço desculpas por isso. Nós tentamos” , declarou o comandante-geral, na época.

Parlamentares defendem reajuste da gratificação

Os policiais querem saber se terão a cesta natalina ou se receberão, como no ano passado, um valor em dinheiro para comprar os itens. Em 2011, 2012 e 2014, os PMs receberam R$ 100. Em 2013, o Natal foi mais festejado — os policiais receberam um kit natalino com mais de 30 produtos, incluindo 1kg de bacalhau e uma ave de 4kg.

— O correto seria reajustar o valor para R$ 150. Hoje, com R$ 100, não é possível comprar peru, panetone e outros itens — disse Bolsonaro.

O EXTRA verificou que um peru com 4kg custa cerca de R$ 70 nos supermercados. Ou seja, restariam apenas R$ 30 para o restante das compras.

— Defendemos o reajuste. O valor é muito baixo e caracteriza o desprezo com a segurança — disse Paulo Ramos.

A cesta ou a gratificação natalina não é o único problema. A crise que afeta o Estado do Rio prejudica o pagamento do Sistema Integrado de Metas.

Até hoje, policiais militares e civis lotados em unidades que alcançaram as metas estipuladas pela Secretaria de Segurança não receberam a bonificação referente ao primeiro semestre deste ano ano. Ao todo, o órgão hoje deve mais de R$ 184 milhões referentes a premiações por redução de criminalidade, que devem ser pagas a mais de 20 mil agentes das duas polícias, que receberão até R$ 13.500.


Fonte: Jornal Extra