Divisão de Homicídios faz operação, com apoio do Gaeco do MPRJ.
A Polícia Civil do Rio e o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) iniciaram na manhã desta quinta-feira (8) uma operação para prender os suspeitos de matarem 13 candidatos políticos na Baixada Fluminense entre novembro de 2015 e agosto de 2016. Até as 9h10, não havia balanço sobre prisões e apreensões.
A informação foi confimada pelo Gaeco. Os assassinatos ocorreram em Seropédica, Duque de Caxias, Magé, Paracambi,Queimados, Nova Iguaçu, Nilópolis, Japeri eSão João de Meriti. Em agosto, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, pediu que a Polícia Federal que investigasse os casos.
Segundo informações da inteligência da DHBF, entre os principais motivos de disputa que levaram às mortes, estão o furto de combustíveis da Petrobras e a briga por territórios em diferentes municípios. Um local de furto foi estourado na manhã desta quinta-feira.
Envolvimento com milícias
Entre as 13 vítimas, segundo a polícia, havia cinco envolvidos com milícias: Leandro da Silva Lopes, Sérgio da Conceição de Almeida Júnior ( o Berém do Pilar); Julio Cesar Fraga Reis (PC do B); Denivaldo Meireles da Silva e Oswaldo da Costa Silva (Ratinho). Luciano Nascimento Batista, vereador do PC do B em Seropédica, também tinha relações anteriores com a milícia.
“A linha mais forte é que essas mortes tenham ocorrido por conta de brigas por negócios e território”, diz o delegado Giniton Lages, titular da Divisão de Homicídios da Baixada. “São de grupos de milícias que atuam em determinados bairros diferentes de Duque de Caxias. Isso já foi assim em Campo Grande, e agora grupos distintos coexistem”, explicou.
Segundo Lages, em municípios como Seropédica e Itaguaí, a atuação da milícia chegou a outros níveis. “A milícia se embrenhou no poder, e não é difícil que esteja envolvida agora nas eleições nesses locais”, afirmou ele.
Combate a milícias e tráfico
A atuação de algumas vítimas contra o tráfico também pode ter custado a vítima de quatro pessoas: o vereador Marco Aurélio Lopes (PP), em Paracambi; a pré-candidata Aga Lopes Pinheiro (DEM) e o pré-candidato Anderson Gomes Vieira (Soró) em Nova Iguaçu. O policial militar Manoel Primo Lisboa, que pretendia se candidatar em Nova Iguaçu, lutava contra a tentativa da milícia de se infiltrar no bairro do Cabuçu.
“A atuação do líder comunitário , seja contra o tráfico ou a milícia, essa postura traz um risco íncito a essa postura. Apenas essa atuação já é um fato gerador de homicídio por si só. O fato dessa pessoa se lançar pré-candidata a um cargo político pode também ajudar”, explicou Giniton. “As investigações apontam mais fortemente como sendo esse embate o fator gerador de homicídio”.