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Papa Francisco diz ser a favor de educação sexual nas escolas

Pope Francis speaks during a private audience to members of the media on March 16, 2013 at the Paul VI hall at the Vatican. Pope Francis called for "a poor Church for the poor", saying he chose his papal name because St Francis of Assisi was "a man of poverty and a man of peace". AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI

Pontífice afirmou que é importante escolher bem os professores e que o ideal seria o debate começar em casa.

No caminho de volta do Panamá, onde participou da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco abordou alguns temas em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 28, entre eles a educação sexual nas escolas, que defendeu como necessária.

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O papa falou sobre a importância do tema no ambiente escolar ao responder ao questionamento de um dos setenta jornalistas sobre a gravidez precoce em alguns países do continente americano e a falta dessa disciplina nos colégios do Panamá.

“Creio que nas escolas é preciso dar educação sexual. Sexo é um dom de Deus, não é um monstro. É o dom de Deus para amar, e se alguém o usa para ganhar dinheiro ou explorar o outro é um problema diferente. Precisamos oferecer uma educação sexual objetiva, como é, sem colonização ideológica”, afirmou.

O pontífice também afirmou que é importante escolher bem os professores que trabalharão o assunto e que o ideal seria o debate começar em casa, entre as crianças e os pais.

“Nem sempre é possível, por causa de muitas situações familiares, ou porque não sabem como fazê-lo. A escola compensa isso e deve fazê-lo, caso contrário, resta um vazio que é preenchido por qualquer ideologia”, disse.

Francisco também falou sobre o aborto, ao ser perguntado sobre a sua mensagem de misericórdia para o sofrimento das mulheres nessa situação. Segundo ele, “a mensagem da misericórdia é para todos”.

“É preciso estar no confessionário. Ali deve dar consolo, e por isso concedi a todos os padres a faculdade de absolver o aborto, por misericórdia”, lembrou.

O problema, explicou, não é dar o perdão, mas acompanhar essas mulheres e não atacar. “O drama do aborto, para ser bem entendido, precisa estar num confessionário. É terrível”, declarou.

Celibato

O papa também rejeitou qualquer questionamento sobre o celibato dos padres em vigor no catolicismo romano e afirmou que esta condição não pode ser “uma opção”.

“Pessoalmente, acho que o celibato é um presente para a Igreja. Em segundo lugar, eu não concordo em permitir que o celibato seja opcional”, declarou o papa, questionado sobre o possível casamento de padres ou a ordenação de homens casados dentro do rito romano da Igreja Católica.

No entanto, ele considerou “algumas possibilidades para lugares muito remotos”, mencionando as ilhas do Pacífico ou a Amazônia, quando “existe uma necessidade pastoral”. “É algo em discussão com os teólogos, não é uma decisão minha.”

Em março de 2017, o papa Francisco anunciou publicamente que “refletia” sobre a possibilidade de ordenar viri probati, como são chamados os homens casados de idade madura envolvidos na Igreja, excluindo assim essa abertura para os homens jovens e mulheres.

A hipótese dessas ordenações estará em pauta em outubro de 2019, no próximo sínodo dedicado à Amazônia, um imenso território latino-americano que sofre com a falta de padres.

Fonte: Veja