Operação prende nove suspeitos de integrar milícia na Baixada

A pessoa que é apontada como chefe é um policial militar.

Nove suspeitos, entre eles quatro PMs, foram presos, apontados de integrar uma milícia em Mesquita, na Baixada Fluminense. A ação foi realizada pela Polícia Civil, com apoio do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar. Dois outros suspeitos estão foragidos.

De acordo com as investigações, além de cobrar pela taxa de segurança a residências e comerciantes, o grupo exploraria o serviço de distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, entre outros. Relatos afirmam que o bando circulava portando fuzis e pistolas pelas ruas.

As investigações apontaram que havia a distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, exploração de transporte alternativo, liberação de vias para shows (pagodes), cestas básicas, empréstimos de dinheiro a juros e serviços de moto-táxis – explica o delegado Alexandre Herdy, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

Entre os militares presos, dos quais três são do 20º BPM (Mesquita), estão: Marcio Lima da Cunha, conhecido como ‘Zebu’, apontado como o chefe da milícia; André Lemos da Silva e Tiago Costa Gomes. O quarto policial é do 39º BPM (Belford Roxo): Natanael de Oliveira Gonçalves, conhecido como ‘Niel’. Os outros alvos são Paulo José Lírio Salviano, ex-policial militar; André Silva Nicodemus; Daniel Alex Soares da Silva, conhecido como ‘Escobar’; e Renato de Castro de Oliveira.

A pessoa que é apontada como chefe é um policial militar. As prisões dos PMs são cautelares, instrumentais, para continuarmos a investigação, para dar tranquilidade para as buscas e apreensões feitas hoje e para que vítimas, mesmo que anonimamente, venham prestar depoimento – disse o promotor do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Baixada, Fábio Corrêa.

Por meio do twitter da Seseg, o secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, comentou a ação. “O combate aos grupos de milicianos é fundamental. É necessário manter a repressão contra estas quadrilhas com ações pontuais e a captura de lideranças. O crime não pode compensar”, afirmou o secretário.

Ameaça

Segundo testemunha, que mantém uma loja em Mesquita, o PM conhecido como ‘Zebu’ compareceu a seu estabelecimento exigindo o pagamento da quantia de mil reais semanais a título de taxa de segurança. Dias depois, o comerciante recebeu ligação telefônica de Salviano, marcando um encontro para que pudessem conversar sobre a cobrança.

No dia marcado, o comerciante compareceu ao local, acompanhado de um amigo chamado Vinicius. Salviano e ‘Escobar’, em vez de aproximarem-se do veículo no qual estavam a testemunha e seu amigo, afastaram-se, quando ocupantes de outro automóvel efetuaram diversos disparos de arma de fogo que acabaram causando a morte de Vinicius.

Segundo o MP, o atentado sofrido foi uma retaliação do grupo à negativa do comerciante em pagar a taxa. Em seu extenso depoimento, o comerciante reconheceu os envolvidos, por meio de fotografia, como sendo integrantes da milícia local.

Ainda de acordo com o inquérito, ‘Zebu’ exerceria a função de chefe do grupo, com domínio sobre a atuação dos demais membros. Salviano seria o braço armado do bando, apesar de todos os demais ostentarem armas, operando também como um dos responsáveis pela prática de agiotagem da milícia.

Lemos seria um dos responsáveis pela exploração do sinal de TV a cabo clandestina, além de sempre estar na posse de veículos clonados. Natanael exploraria os pontos de moto-taxis. Além da exploração de cestas básicas, ‘Escobar’ seria o responsável pelo sinal de TV a cabo clandestina, pela escolta armada dos outros integrantes e pela prática de agiotagem.

Bloqueador de GPS

Durante a ação, um bloqueador de sinal muito utilizado em roubo de cargas foi apreendido. A apreensão do aparelho Jammer 8 antenas chegou a surpreender o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Alexandre Herdy. O mecanismo pode ser utilizado, por exemplo, para bloquear o rastreamento de caminhões durante o roubo de cargas.

Nas redes sociais, o aparelho é descrito como um dos melhores na função e que chega a funcionar durante 24h seguidas, podendo ser utilizado em qualquer parte do mundo. A aplicação do Jammer vai desde áreas fechadas, como salas de cinema ou de provas, até mesmo regiões abertas, como nas alfândegas. O preço médio de cada peça é de R$ 4.300.

Fonte: Jornal Extra

 

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