Os integrantes da milícia são acusados de crimes como homicídio, extorsão, porte de arma de fogo e venda ilegal de botijões de gás.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio fazem uma megaoperação, na manhã desta terça-feira, contra um grupo de milicianos que atua na comunidade do Tirol, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, são 24 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão que estão sendo cumpridos em pelo menos quatro bairros. Entre os alvos da ação batizada de Colônia estão três policiais militares que estão na ativa. Um quarto PM também foi denunciado por corrupção passiva. Até as 7h40, seis pessoas haviam sido presas entre elas, dois policiais militares. Os integrantes da milícia são acusados de crimes como homicídio, extorsão, porte de arma de fogo e venda ilegal de botijões de gás.
Um dos PMs que faz parte da quadrilha foi preso em um condomínio na Estrada do Engenho D’Água, em Jacarepaguá, onde os prédios são de classe média. Anderson Gonçalves, o Andinho, é apontado como um dos chefes da milícia. Na casa dele foi encontrado um carro avaliado em R$ 50 mil. Andinho é lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), além da comunidade do Tiroal, o bando atua em Pechincha e Gardênia, na Zona Oeste, e também em Madureira, na Zona Norte da capital. Os milicianos, de acordo com as investigações, cobram diversas taxas de comerciantes e moradores, além de atuarem com o crime organizado. O bando é liderado por PMs. A investigação demonstrou que a quadrilha é responsável por vários homicídios nas Zonas Norte e Oeste.
É lamentável a presença, ainda, de agentes públicos insistam em participar de organização criminosa. Esse é um grupo violento, que atua com opressão a população local e estão envolvido em vários homicídios da região. Com a retirada deles nas ruas, acreditamos que os crimes vão diminuir disse o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
O objetivo da ação também é encontrar celulares, computadores, armas e dinheiro.
A expectativa é a queda dos homicídios nessas regiões disse o delegado Daniel Rosa.
Mais de 200 policias estão na ação, além de 12 promotores do Ministério Público e agentes da Corregedoria da Polícia Militar.
Investigações
As investigações para prender a quadrilha começaram após o assassinato de Sergio Luiz de Oliveira Barbosa, o Serginho, em março de 2019. À época ele era chefe da milícia que domina o Tirol. O telefone celular de Serginho foi apreendido e, com isso, a polícia identificou os demais integrantes do bando, bem como as atividades que eles controlavam com violência e ameaças contra moradores e comerciantes. Entre elas estão a cobrança de taxa de segurança, transporte ilegal de passageiros, venda irregular de botijões de gás, desvio de sinal de internet e TV a cabo (gatonet), agiotagem e construções irregulares em áreas de proteção ambiental.
Em uma interceptação tinham informações sobre a construção de imóveis ilegais na Barra da Tijuca. Com essa operação, vamos apurar outros crimes e vinculares a eles. Um dos alvos atua no gatonet. Essa milícia é serviço completo disse o promotor Bruno Gangoni.
Sidney William de Oliveira e Silvânio de Oliveira Barbosa, irmãos de Serginho, foram identificados como os atuais chefes da milícia. De acordo com o Ministério Público, as investigações demonstraram que essa quadrilha é obrigada a repassar uma parcela do lucro que tem com o as atividades criminosas para o topo da hierarquia da milícia que domina toda a Grande Jacarepaguá, atualmente comandada por Fabiano Vieira da Rocha, o Fabi. Ele é sucessor do miliciano Orlando Oliveira Araújo, o Orlando Curicica, que está preso na Penitenciária Bandeira Stampa. Outros chefes do grupo paramilitar são Almir Rogério Gomes da Silva e Andinho.
Os mandados de prisão contra o grupo de milicianos foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. Já a Auditoria Militar do Estado do Rio expediu o mandado de prisão contra o policial militar Deltz da Cruz Fonseca por corrupção passiva.
Fonte: Jornal Extra
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