ONU apela contra crise humanitária em Idlib, último bastião rebelde sírio

Europeus querem que Rússia e Irã façam Damasco negociar; países arrecadam US$ 4,4 bi.

A ONU apelou à comunidade internacional para que se previna um novo desastre humanitário na região de Idlib, último grande bastião opositor na Síria. Ofensivas do regime contra insurgentes levaram a recentes retomadas sangrentas de territórios na guerra civil do país. Enquanto isso, a União Europeia (UE) apelou para que Rússia e Irã convençam seu aliado, o ditador Bashar al-Assad, a se sentar e negociar uma trégua final.

Os impasses marcam conferência sobre o futuro da Síria em Bruxelas, com a participação de mais de 80 países, grupos de ajuda e organismos da ONU. No primeiro dia, o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, advertiu para o risco de uma catástrofe humanitária iminente em Idlib, que pode se tornar o próximo alvo militar do regime após recuperar o enclave de Ghouta Oriental.

Situada na fronteira com a Turquia, Idlib é controlada em parte pelo grupo radical islâmico Tahrir al-Sham, previamente ligado à al-Qaeda no país.

São 2,5 milhões de pessoas em Idlib disse De Mistura junto à chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini. — Não podemos acreditar que todos sejam terroristas. Há mulheres, crianças, civis.

O enviado disse querer que Idlib “não se torne uma nova Aleppo, ou uma nova Ghouta Oriental”. Ele se referia às sangrenta soperações que mataram dezenas de milhares de pessoas na província de Aleppo, em 2016, e, mais recentemente, mais de mil civis. Ambas tinham a intenção de forçar a saída dos rebeldes contrários ao regime de Assad.

A conferência de doadores em Bruxelas tem ainda como objetivo impulsionar negociações políticas em Genebra sob a ONU. Até agora, tudo sem resultados. Rússia, Irã e Turquia iniciaram um processo de negociações à parte em Astana, sem apoio de países ocidentais.

A UE quer que Assad negocie para acabar com a guerra civil, considerando esta a única maneira de iniciar um processo político que dê fim aos atritos que evoluíram para a morte de mais de 350 mil pessoas e o deslocamento de milhões.

Precisamos em particular que Rússia e Irã pressionem Damasco para que aceite sentar-se à mesa com a mediação da ONU apelou Mogherini na conferência, na quarta-feira.

DOAÇÕES ABAIXO DA META

Na quarta-feira, a ONU anunciou que doadores asseguraram o compromisso de dar US$ 4,4 bilhões em ajuda para a Síria e seus vizinhos (que lidam com os refugiados do país) neste ano. Para a ajuda humanitária na Síria eram necessários ao menos US$ 3,5 bilhões, mais outros US$ 5,6 bilhões para apoiar os refugiados nos países vizinhos.

Parte do dinheiro já foi arrecadado, mas Mark Lowcock, chefe do escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), indicou à AFP que a expectativa era arrecadar pelo menos 8 bilhões de dólares. Se esta meta não for alcançada, alguns programas deverão ser cortados.

Estamos desesperadamente sem recursos — apontou

O Ocha conseguiu arrecadar apenas metade dos fundos que precisava em 2017, afirmou Lowcock.

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Fonte: Jornal O Globo

 

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