Empreiteira destinou um valor mensal de até 100 000 dólares aos narcoguerrilheiros colombianos para tocar obras em áreas dominadas por eles.
Desde que jogou a toalha e desistiu de negar as acusações da Lava-Jato, a Odebrecht, maior empreiteira do Brasil, confessou crimes de arrepiar. Na toada de ilegalidades, acabou aceitando até embrenhar-se, literalmente, na selva do crime. A empreiteira deu dinheiro às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) durante os últimos vinte anos em troca de “permissão” para atuar nos territórios dominados por elas. Os pagamentos, que começaram a ser efetuados nos anos 1990 e variavam de 50.000 a 100.000 dólares por mês, foram informados à Procuradoria-Geral da República. Não é uma ilegalidade semelhante ao pagamento feito a políticos, mas também não se trata de uma atividade limpa.
Reportagem mostra o quanto a Odebrecht, maior empreiteira do Brasil, confessou crimes de arrepiar. Na toada de ilegalidades, acabou aceitando até embrenhar-se, literalmente, na selva do crime.
De acordo com a reportagem, a empreiteira deu dinheiro às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) durante os últimos vinte anos em troca de “permissão” para atuar nos territórios dominados por elas. Os pagamentos, que começaram a ser efetuados nos anos 1990 e variavam de 50.000 a 100.000 dólares por mês, foram informados à Procuradoria-Geral da República. Não é uma ilegalidade semelhante ao pagamento feito a políticos, mas também não se trata de uma atividade limpa.
A atenção dada à delação da Odebrecht no Brasil, é parte de um movimento que, aliado ao recente acordo de paz do governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), deve colocar a corrupção como tema central no país pela primeira vez em muito tempo. Segundo o cientista político Jairo Libreros, negociar com a guerrilha ou vencê-la militarmente era o único dilema que decidia eleições desde os anos 1990, mas a campanha de 2018 deverá ter uma mudança de foco.
“O ‘refletor’ das Farc não nos deixava ver o problema da corrupção em toda a sua extensão. Obras que não se cumprem, modificações nos contratos que aumentam os preços e uma série de pequenos escândalos voltaram a interessar a opinião pública nos últimos meses. Estávamos no meio dessa discussão quando chegou a delação da Odebrecht”, diz Libreros, que é professor da Universidade Externado, em Bogotá.
Pelo menos por enquanto, a Justiça e o governo colombianos têm jogado duro com a Odebrecht, que vai perder seus três contratos, além das estradas, a empreiteira toca a revitalização do Rio Magdalena, que corta a região central do país, e deve ser expulsa.
“A Odebrecht vai embora do país. Uma empresa que caiu em tais problemas de corrupção tem que sair da Colômbia”, disse na semana passada o atual ministro dos Transportes do país, Jorge Eduardo Rojas, ao jornal El Tiempo. Segundo o ministro, o governo vai assumir as obras, inclusive a concessão delas – cinco pedágios já funcionam em um trecho da Ruta del Sol – e fazer uma nova licitação o quanto antes, para não paralisar a construção.
Dois mil trabalhadores da Odebrecht na Colômbia, segundo ele, estão há dois meses sem salário, e a execução da obra está em 52%. Um dos três presos na ‘Lava Jato colombiana’ (além de García e Bula), o lobista Andrés Cardona, foi investigado em 2012 por sua relação com o “Carrossel de Contratação”, um esquema de fraude a licitações. Mas a Odebrecht, que atua no país desde 1992 e tem 12 obras concluídas, nunca tinha sido alvo de denúncias.