O CAMPO ESQUECIDO: FALTA DE VERBA TRAVA O PROGRESSO DA AGRICULTURA NOS MUNICÍPIOS

Distribuição orçamentária limitada compromete produção de alimentos, inovação no campo e fixação da mão de obra no interior.

Sem apoio das prefeituras, produtores lutam para manter a produção de alimentos enquanto secretarias de Agricultura operam no improviso.

Apesar da forte dependência da agricultura para o sustento econômico e alimentar de pequenos municípios brasileiros, a realidade no campo está longe de ser fértil. A ausência de políticas públicas eficazes e os orçamentos irrisórios destinados às secretarias municipais de Agricultura têm interrompido um ciclo vital de desenvolvimento rural, comprometendo tanto a produção de alimentos quanto a permanência da população no interior.

De norte a sul do país, gestores municipais demonstram fragilidade na alocação de recursos para o setor agrícola. Dados extraoficiais e relatos de produtores rurais apontam que a maioria das prefeituras destina menos de 2% do orçamento anual para o campo. Com isso, não há recursos suficientes para financiar tecnologias, subsidiar insumos básicos ou formar mão de obra especializada — elementos essenciais para a competitividade e sustentabilidade da produção rural.

“Não adianta pedir que o agricultor permaneça no campo se ele não tem acesso a maquinário, assistência técnica ou crédito”, denuncia João da Silva, pequeno produtor do interior de Minas Gerais. Ele relata que já pensou em abandonar sua propriedade por não conseguir arcar com os custos crescentes de produção. “A prefeitura até quer ajudar, mas diz que não tem verba. A agricultura parece ser sempre o último da fila”, completa.

A escassez de investimentos também reflete na incapacidade de manter programas estruturantes, como feiras livres, projetos de agroindustrialização, capacitação técnica e integração com instituições de pesquisa. Em muitos municípios, o único apoio visível é a manutenção de estradas vicinais, insuficiente para impulsionar qualquer desenvolvimento sustentável.

Especialistas em políticas públicas apontam que a falta de planejamento e de visão estratégica por parte das gestões municipais é um dos entraves mais sérios. “O setor agrícola precisa ser tratado como prioridade econômica, não como um adereço político. É a base da segurança alimentar e da renda local”, afirma a economista rural Carla Torres, da Universidade Federal de Viçosa.

Segundo ela, o problema não é apenas a ausência de verbas, mas a forma como o orçamento público é estruturado. “As secretarias de Agricultura recebem migalhas enquanto outras áreas, embora importantes, absorvem quase toda a verba municipal. É preciso haver equilíbrio e compromisso político”, completa.

Nos últimos anos, o desinteresse em financiar o desenvolvimento rural tem resultado em êxodo de jovens agricultores, envelhecimento da população no campo e queda na produção de alimentos básicos. Uma conta que recai não só sobre quem vive da terra, mas sobre toda a cadeia alimentar que sustenta as cidades.

Enquanto os governos estaduais e federais também enfrentam dificuldades para manter políticas consistentes de apoio ao pequeno produtor, o papel das prefeituras deveria ser o de protagonista na articulação de iniciativas locais. No entanto, a realidade mostra que a agricultura, nas pequenas cidades, ainda é tratada como problema de quem planta — e não como solução para o crescimento sustentável do município.

A conta chega para todos

O descaso das prefeituras não afeta apenas quem planta. A falta de políticas de fomento à agricultura tem impacto direto na segurança alimentar das cidades, no preço dos alimentos e no aumento da desigualdade entre o campo e a cidade. Ao não investir no pequeno produtor, os municípios ignoram sua própria economia — e criam um ciclo de empobrecimento difícil de reverter.

Um Campo de possibilidades

Ainda há tempo de virar o jogo — mas isso exige coragem política, investimento real e planejamento. Para isso, é preciso que prefeitos e vereadores enxerguem o que o povo do campo já sabe há muito tempo: sem agricultura, não há município que sobreviva.

Uma instituição no município de Magé, Centro Cultural Esportivo e Educacional Waldemar Mello (CCEEWAME) de Santo Aleixo, tem diante de si um enorme desafio: o de ser transformado em um polo de referência em pesquisa, extensão e educação agroecológica, todavia mantém com muito sacrifício operações de políticas junto a prefeitura para alavancar a agricultura local.

Dr . Aloísio Pinto Sturm,  Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Nacional de Agronomia da Universidade Rural do Brasil, juntamente com Professor Luiz Carneiro, promovem no centro cultural  Atividades Sociais: pesquisas agrícolas; Experimentos de solo para adubos; Parcerias com empresas; Artesanatos; Incentivo a empregos e Renda; Ecologia. Feito em homenagem a Waldemar Mello, grande benfeitor local, que em sua homenagem leva o nome da instituição.

Bora alavancar a Agricultura do Município!

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Um Comentário

  1. Luiz Carneiro

    RXCELENTE MATERIA.
    GOSTEI
    E MUITO IMPORTANTE DIVULGAR OS QUE SE FAZ NA AREA RURAL. DOS MUNICIPIOS
    MAGE TEM UM POTENCIAL MUITO GRANDE PARA ESTE SETOR. POR ISTO TRABALHAMOS A PERSPECTIVA DE AMPLIA’LA MAIS E MAIS ESTE SETOR
    IMPORTANTE SE FAZ E OS GOVERNANTES ACREDITAR MAISVNESTA AREA E INVESTKR MAIS.

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