Medida que vai dar incentivo fiscal a veículos “populares” deve reduzir o preço final de 33 modelos fabricados por 11 marcas diferentes.
Prestes a editar a MP que vai reduzir o preço de alguns carros, o governo Lula calcula que deixará de arrecadar cerca de 500 milhões de reais durante o período de até quatro meses em que a medida deve vigorar. A proposta prevê isenção fiscal a veículos avaliados em até 120.000 reais, o que deve afetar o preço final de 33 modelos produzidos por 11 marcas diferentes.
A estimativa é que a queda no valor final varie de 1,5% a 10%. Hoje, o modelo mais simples vendido no Brasil é o Renault Kwid, avaliado em 69.000 reais. As montadoras queriam que as isenções se estendessem pelo prazo de um ano. O Ministério da Fazenda, no entanto, propôs um prazo de três a quatro meses.
Durante esse período, o governo estima que a MP deve retirar dos pátios cerca de 120.000 carros novos, além de preservar 101.000 empregos diretos e mais 1,2 milhão de indiretos. “Não podemos permitir que o país que já gerou 130.000 empregos nesse setor fale atualmente em 50.000 desempregados diretos nesse segmento”, disse a reportagem um integrante da equipe do governo que participou da elaboração da proposta.
Os estudos para a elaboração da MP começaram a partir de um pedido feito por Lula a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Em fevereiro, o presidente ouviu uma série de reivindicações de empresários do setor automotivo. Em março, Lula escalou Alckmin para elaborar um plano que atendesse a parte desses pedidos. A MP está sendo elaborada por técnicos do MDIC e do Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad.