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MESMO COM AUXÍLIO, RENDIMENTO DO BRASILEIRO É O MENOR DESDE 2012

Massa de rendimento mensal real domiciliar per capita em 2021 caiu 6,2% na comparação anual, para R$ 287,7 bi.

A pandemia de covid-19 retirou das famílias brasileiras R$ 30,56 bilhões em dois anos de crise sanitária, a despeito do reforço proveniente de medidas emergenciais de socorro financeiro à população, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 – Rendimento de todas as fontes, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 10.

A massa de rendimento mensal real domiciliar per capita – soma de toda a remuneração das famílias, do trabalho, de fontes formais e informais, incluindo apoios pagos pelo governo, como bolsas e aposentadoria – totalizou R$ 287,703 bilhões em 2021, R$ 19,150 bilhões a menos que os R$ 306,853 bilhões registrados em 2020, queda de 6,2%.

A despeito da melhora no mercado de trabalho, pesou a redução do alcance e valor do Auxílio Emergencial pago pelo governo aos mais vulneráveis. O porcentual de domicílios com alguém recebendo “Outros programas sociais”, categoria que inclui o auxílio emergencial, caiu de 23,7% em 2020 para 15,4% em 2021, enquanto a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família aumentou de 7,2% para 8,6%.

Na passagem de 2020 para 2021, todas as regiões viram encolher a massa de rendimento domiciliar per capita mensal, com destaque para o tombo de 12% registrado no Nordeste.

No total da população, os 10% com os menores rendimentos detinham apenas 0,7% da massa de renda em circulação na economia, enquanto que o grupo dos 10% mais ricos concentravam 42,7% do bolo.

“Além disso, cabe destacar que este último grupo possuía uma parcela da massa de rendimento maior que a dos 80% da população com os menores rendimentos (41,4%)”, apontou o IBGE.

O grupo dos 10% com maiores rendimentos abocanhou um pedaço maior da massa de rendimento domiciliar per capita na passagem de 2020 para 2021, 1,1 ponto porcentual a mais, enquanto que a fatia dos 10% mais pobres encolheu 0,2 ponto porcentual.

Em 2021, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita do 1% mais rico da população era 38,4 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos.

Além disso, o número de pessoas sem nenhum tipo de renda cresceu no País no ano passado. A proporção de brasileiros com rendimento caiu de 61% em 2020 para 59,8% em 2021, o mesmo percentual de 2012 e o mais baixo da série. Ou seja, no ano passado, 85,6 milhões de brasileiros não recebiam nenhum tipo de rendimento, nem salário, nem aposentadoria, pensão, programas de governo, aluguel nem doação – aí incluídos as crianças e os idosos que dependem da família.

A população de pessoas com algum tipo de rendimento se reduziu em todo o País. Isso aconteceu em todas as regiões”, explicou Alessandra Brito, analista do IBGE. “Isso é muito explicado pelos outros rendimentos, que é onde está o auxílio emergencial“, completou.

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