Site icon Rede TV Mais

Menino morre eletrocutado em parque de diversão no Alemão

O parque fica localizado na Avenida Itaoca e estava há cerca de duas semanas no terreno.

Uma criança morreu e outra ficou ferida ao receber uma descarga elétrica na entrada de um brinquedo de um parque de diversões no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, na noite deste domingo. O acidente aconteceu por volta das 21h, de acordo com familiares das vítimas. Samuel Goulart Freire dos Santos, de 6 anos, chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade, mas não resistiu aos ferimentos.

O parque fica localizado na Avenida Itaoca e estava há cerca de duas semanas no terreno. De acordo com a mãe de Samuel, a dona de casa Paula Andreia Freire Costa, de 38 anos, eles estavam prestes a ir embora, quando o menino quis ir em um último brinquedo. Ela conta que, após Samuel receber a descarga elétrica, ainda tentou tirar o filho do local, mas não conseguiu.

— Quando subiu as escadinhas ele ficou agarrado. Eu peguei o Samuel, puxei e tomei um choque. Tentei de novo mas quando ele caiu (no chão) acho que já estava morto — lamenta a mãe do menino, que estava com a outra filha, de 9 anos, no parque. Ela também viu a cena. — Eu tinha um casalzinho, mas Deus me levou um e eu estou só com a menina agora.

Paula relatou ainda que viu fios no chão na área do parque próximo ao brinquedo. O material não estava desencapado. Mesmo assim, de acordo com ela, deu medo já que havia chovido no local.

— Eles (o parque e os funcionários) precisam estar preparados para isso. Talvez o local devesse estar fechado — afirma ela, antes de, emocionada, falar sobre o filho. — O Samuel estudava e era bem falante. O xodó do pai e dos avós.

A noite que era para ser de diversão ganhou contornos obscuros também para Arlex Jorge, de 29 anos. Ele é pai de Guilherme Furtado, de 8 anos, que ficou ferido pela descarga elétrica. Na cena de horror, ele conta que não hesitou em salvar seu filho. Arlex disse ainda que a criança chegou a perder momentaneamente os movimentos das pernas.

— Meu filho estava preso na descarga. Em questão de segundos, dei um ou dois passos para trás e me joguei até meu filho e consegui tirá-lo de lá. Levamos ele para o hospital — conta ele.

 

O caso foi registrado na 44ª DP (Inhaúma). Durante a madrugada, responsáveis de ambos os meninos foram até o local para prestar depoimento. Nos dois casos, eles afirmaram que nenhum representante do parque atuou no socorro das crianças. O advogado do parque Hugo Novaes também compareceu à delegacia. De acordo com ele, a empresa está à disposição da família.

— A empresa se solidariza com os familiares e se colocou à disposição para arcar com todos os prejuízos emocionais que os familiares estão sofrendo neste momento. Já conversamos com os responsáveis e nos colocamos à disposição para sanar qualquer problema e eventuais despesas financeiras e burocráticas — disse o advogado.

O advogado disse ainda que há um documento assinado por enegenheiros onde consta a aprovação do funcionamento das estruturas mecânicas e elétricas do parque. Ele não soube informar se o parque tinha alvará para funcionar.


Fonte: Extra