‘Me senti um prisioneiro’, diz Lula após depor

Empreiteiras formaram consórcio para lavar dinheiro em favor de Lula, acusa MP.

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O Ministério Público Federal acusa empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato de terem montado uma verdadeira “força-tarefa de lavagem de dinheiro” para repassar recursos ao ex-presidente Lula. Segundo os investigadores, o “consórcio de empresas com fins escusos” atuou na reforma de um sítio em Atibaia, cuja propriedade ele nega, e na compra de quase 560.000 reais em armários de luxo para o sítio e para o tríplex que, de acordo com as investigações, a empreiteira OAS reformava para Lula.

A 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, apura as relações entre o ex-presidente e as principais empreiteiras do país – todas investigadas por sangrarem os cofres da Petrobras. Lula foi levado para prestar depoimento aos policiais.

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Na avaliação dos investigadores, além de grandes empresas terem formado um cartel para corromper funcionários da Petrobras e políticos, como vem escancarando a Operação Lava Jato desde 2014, “também é possível falar em um consórcio de empresas com fins escusos, em uma força-tarefa a serviço da lavagem de dinheiro sujo em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Na aquisição, reforma e decoração do sítio de Atibaia, por exemplo, os procuradores da Lava Jato descrevem “operações sucessivas de lavagem de dinheiro” em benefício de Lula executadas, nesses casos, pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e pela Usina São Francisco, do empresário e amigo José Carlos Bumlai. Conforme revelou VEJA, o sítio de Atibaia foi reformado ao gosto de Lula, decorado seguindo orientações da ex-primeira-dama Marisa Letícia e frequentado pela família desde que deixou o Planalto. Em 2014, os Lula da Silva passaram metade de todos os fins de semana do ano no sítio de Atibaia.

Para disfarçar a real propriedade do sítio, diz o MP, “houve o emprego de diversos estratagemas para a dissimulação e ocultação”, como pagamentos efetuados pelas empresas de Bumlai – São Fernando Açúcar e Álcool Ltda e São Fernando Energia I Ltda – à empresa Fernandes dos Anjos Porto, que executava o início da reforma, repasses em dinheiro vivo aos comerciantes que forneciam os materiais de construção para a reforma do sítio, e o deslocamento de trabalhadores da Odebrecht para trabalhar em Atibaia “sem deixar vestígios”.

“Oportuno que todas essas operações de lavagem de capitais sejam explicitadas desde o momento em que a propriedade foi adquirida em favor de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua família”, relataram os procuradores. Reportagem  mostra que quando o petista deixou o governo, em 2011, seus pertences e de seus familiares foram levados para o sítio Santa Bárbara, como mostram documentos e um testemunho obtidos por reportagem.

Os investigadores citam como mais uma “operação de lavagem de dinheiro em favor de Lula” a compra de móveis na empresa Kitchens para o sítio em Atibaia. Nesse caso, a construtora OAS utilizou o nome do empresário Fernando Bittar como destinatário dos armários. Foi em nome de Bittar que foi emitida a nota fiscal dos móveis. A força-tarefa ainda faz referência a transportadoras pagas pelo governo para fazer a mudança dos bens de Lula para o sítio em Atibaia.

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Reportagem  havia revelado que a entrega da mudança ocorreu em 8 de janeiro de 2011 – dois meses após o sítio ter sido comprado em nome dos sócios de Fábio Luiz, o Lulinha. Quem recebeu o carregamento, e assinou os papéis, foi Rogério Aurélio, ex-assessor especial de Lula no Planalto. Acompanha os registros da mudança um inventário da carga.

Foram mais de 200 caixas – 37 delas de bebidas, conforme registraram, cuidadosamente, os funcionários incumbidos do serviço. O carregamento incluía ainda, além da carroça, plantas da ex-primeira-dama Marisa Letícia, aparelhos de ginástica e quadros. “A documentação fornecida pela empresa de mudança 5 Estrelas revela que parte da mudança do ex-presidente da República Lula, após o fim do mandato, teve como destino o referido sítio de Atibaia. O ex-servidor da Presidência da República Rogério Aurélio Pimentel foi o responsável pelo recebimento dos bens no sítio em 08 de janeiro de 2011”, relata o Ministério Público.

Por fim, os investigadores citam que “há evidências de que Lula recebeu vantagens indevidas da OAS no valor de R$ 1.292.210,40 mediante pagamento de contrato de armazenagem de bens pessoais do ex-presidente durante quatro anos, com adoção de práticas lavagem de dinheiro, com ocultação e dissimulação de origem, natureza e propriedade de bens e recursos”.

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