Aumento da fila, ‘farra de passagens’ e pressão do PT derrubam presidente do INSS.
O presidente Lula (PT) decidiu trocar o comando do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e nomeou o procurador federal Alessandro Antônio Stefanutto para a presidência do órgão, no lugar de Glauco André Wamburg. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União.
Stefanutto é ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS e estava na equipe de transição do governo para assuntos de Previdência Social. Em março, ele foi nomeado Diretor de Orçamento, Finanças e Logística do INSS.
Já Glauco Wamburg foi exonerado. Ele estava na presidência do INSS de forma interina desde fevereiro. Antes de assumir o cargo, Wamburg esteve à frente de uma entidade de assistência social vinculada ao governo do Rio de Janeiro alvo de investigações por suspeita de corrupção.
Glauco Wamburg disse que a saída do cargo tinha sido acordada com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, na última semana.
“Como servidor de carreira do INSS, sou grato pela oportunidade de ter ocupado o mais alto posto da autarquia que pertenço. Sabemos que nosso principal desafio são as filas. Começamos uma estratégia para administra-las, mutirões e projetos de aceleração das análises, e acredito que se seguirem vai dar certo”, diz a nota.
“A falta de servidores e as adequações no nosso modelo de atendimento são dificuldades que começamos a trabalhar, ainda há muito para ser feito. Desejo muito sucesso ao atual presidente, para que cuide dessa casa a que pertenço”, continua.
Fila e falta de pessoal
Stefanutto assume o comando do órgão com o desafio de reduzir a fila de 1 milhão de brasileiros que aguardam perícias médicas do INSS.
Neste ano, o INSS sofreu constantes problemas nos sistemas, gerenciados pelo Dataprev, que levaram ao cancelamento e reagendamento de diversas perícias.
O governo federal anunciou que vai abrir um concurso para a contratação de 1,7 mil peritos, além de adotar a tele perícia para agilizar os atendimentos.