Presidente ucraniano questionou o papel do Brasil nas negociações entre Ucrânia e Rússia durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU.
O presidente do Brasil falou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 25, durante Assembleia Geral da ONU que acontece em Nova York. Em seu discurso na ONU, Volodymyr Zelensky criticou a sugestão do Brasil e China sobre caminhos alternativos para o fim da guerra na Ucrânia. Em resposta, Lula reiterou que uma solução diplomática é a única possível para o conflito.
O líder ucraniano questionou, durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o papel do governo brasileiro nas negociações para um possível cessar-fogo entre seu país e a Rússia.
Zelensky disse duvidar do “real interesse” de Brasil e China ao pressionarem para liderar o diálogo entre Kiev e Moscou. Os dois países europeus estão em guerra desde que o governo de Vladmir Putin decidiu invadir o território vizinho, em fevereiro de 2022.
Questionado durante coletiva de imprensa ao final da viagem a Nova York (EUA), Lula avaliou que o presidente da Ucrânia falou “o óbvio” em seu discurso, que é defender a própria soberania, uma “obrigação dele”.
“Ele tem que ser contra ocupação territorial, é a obrigação dele. O que ele não tá conseguindo fazer é a paz. E o que nós estamos propondo fazer não é a paz por ele. Nós estamos é chamando a atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano e a Rússia sobreviva. É isso que nós estamos falando”, respondeu.
Segundo o petista, eles não precisam aceitar uma proposta de paz elaborada pelo Brasil e pela China, porque não há, de fato, uma proposta.
Durante a coletiva, o petista também reiterou as duras críticas que tem feito ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O governo israelense está em conflito com o grupo extremista Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
De acordo com Lula, o governo brasileiro condena “veementemente” comportamento de Israel e diz que o premiê israelense promove um “genocídio” no Oriente Médio.
Acordo de paz
Desde o ano passado, o presidente Lula vem afirmando que quer atuar como mediador de um diálogo entre Rússia e Ucrânia para o fim da guerra, inclusive com um plano de paz específico.
Durante o discurso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nessa terça-feira (24), o petista lembrou a necessidade dos dois países aceitarem negociar, e lembrou que o Brasil e a China elaboraram uma sugestão para o fim das hostilidades no Leste Europeu.