Líder da centro-esquerda italiana renuncia após derrota eleitoral

Ex-premier Matteo Renzi afirma que o governista Partido Democrático não deve negociar com extrema-direita.

O ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi anunciou sua renúncia da liderança do seu partido, o Partido Democrático (PD), após uma dura derrota nas eleições legislativas de domingo. O pleito resultou num forte avanço para os movimentos eurocéticos do país. Renzi, ainda como líder da centro-esquerda após ter renunciado em 2016, enfrentava uma imagem desgastada diante de escândalos de corrupção e medidas econômicas austeras. Nesta segunda-feira, afirmou que a legenda não deveria firmar nenhum acordo político com os partidos de extrema-direita que se destacaram no pleito.

A derrota foi clara e visível. É evidente que renuncio a liderar o partido  disse ele em coletiva de imprensa . O povo italiano nos pediu para sermos oposição e é para lá que vamos  acrescentou referindo-se ao Movimento Cinco Estrelas e à Liga Norte.

A coalizão de direita liderada pelo ex-premier Silvio Berlusconi se impôs como a vencedora, mas não conseguiu obter a maioria das vagas no Parlamento. O antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S, na sigla em italiano), que surgiu há nove anos como contraponto aos partidos tradicionais, teve o melhor desempenho individual, com 32,6% dos votos. Na aliança de direita, o partido anti-imigração Liga Norte (LN), liderado por Matteo Salvini, foi o mais votado, com 17,4%. A Liga Norte se sobrepôs à Força Itália (FI, com 14,0%), do ex-premier Silvio Berlusconi. O bloco de direita ainda conta com o neofascista Irmãos da Itália (FDI), que obteve 4,3% dos votos.

Juntos, com 35,8% dos votos, os três partidos da coalizão conservadora parecem ter conquistado a maior parte dos assentos parlamentares, mas isso não significa que tenham obtido a maioria formal para governar.

CENTRO-ESQUERDA FICA PARA TRÁS

Sem se unir a qualquer grupo no processo eleitoral, o M5S seguiu sozinha e alcançou a maior porcentagem individual, com 32,5% dos votos. Também de viés anti-europeu, o M5S se mostrou como uma alternativa à política tradicional da atual aliança governista de centro-esquerda liderada pelo Partido Democrático (18,7%), de Matteo Renzi.

O porta-voz do Partido Democrático, Maurizio Martina, reconheceu derrota: “clara e muito negativa, não negamos”. O governo se desgastou com a crise econômica e a crise migratória, o que o fez perder votos em em regiões mais pobres da Itália e causou dissidências no PD. Ao lado da Grécia, a Itália foi um dos países mais afetados pela chegada de refugiados e imigrantes do Oriente Médio e do Norte da África desde 2015. O país tem reclamado da falta de solidariedade dos pares da Europa na acolhida a essas populações, que são rejeitadas em especial pelos governos do Leste europeu.

Agora, a Liga Norte e o M5S disputam o direito de liderar o novo governo italiano.

Diante dos resultados, Matteo Salvini reivindicou nesta segunda-feira “o direito e dever” de governar da coalizão conservadora. Ele disse que “os acordos se respeitam”, em referência ao pacto entre ele e Berlusconi de que o partido vencedor dentro da coalizão seria o encarregado de indicar o primeiro-ministro. Salvini afirmou que a Europa deve temer mais os “delinquentes e parasitas” do que os movimentos populistas de direita:

Foi extraordinário. Em time que vence não se mexe. Não queremos uma sopa cheia de ingredientes decretou Salvini, de 44 anos. Continuo sendo orgulhosamente populista.

Salvini reiterou que “o euro foi, é e continua sendo um erro”, indicando, no entanto, que não cogita implementar um referendo sobre a permanência da Itália no mercado comum da União Europeia.

Fonte: Jornal O Globo

 

 

 

 

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