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JUSTIÇA DO RIO SOLTA ACUSADO DE SUBORNO A VEREADOR

Empresário tentou evitar denúncia contra esquema de roubo em pátio ilegal oferecendo R$ 200 mil.

Foi liberado no fim da tarde desta quinta-feira (10) o responsável pela empresa J.S Salazar, Jailson dos Santos Salazar. Ele estava preso por tentativa de suborno ao vereador Gabriel Monteiro. Em vistorias, o parlamentar descobriu o furto de peças de veículos rebocados no pátio de Deodoro, na Zona Oeste do Rio. A Prefeitura do Rio suspendeu, nesta quinta-feira (10), o contrato com a empresa, que era responsável por prestar serviços de reboque em todo o município.

Um vídeo, divulgado nas redes sociais do vereador, mostra o momento em que sao oferecidos entre R$100 e R$200 mil para Gabriel Monteiro, para que as irregularidades na empresa não fossem divulgadas. O conteúdo mostra ainda flagrantes do pátio com diversos carros com peças faltando.

Uma vítima, que preferiu não se identificar, teve o carro roubado há cerca de dois anos. Na madrugada seguinte do roubo, o veículo foi encontrado e direcionado para o pátio de Deodoro. Ele apenas deu falta dos itens furtados quando chegou em casa, mas ao conversar com colegas, entendeu que existia uma prática de retirada do chamado “Kit Pátio Legal“, na qual itens eram roubados.

Eles (os colegas) me passaram a informação de que quando um carro vai pro pátio legal, na maioria das vezes é retirado esse kit: chave de roda, estepe, rádio e alguns outros itens que tem dentro do carro. Existe uma quadrilha, pode-se falar assim mesmo, que atua ali dentro, que retira esses itens dos carros se aproveitando da situação que nós não temos como reclamar. Mas na verdade nós temos como reclamar, como tá sendo feita esse reclamação agora,” contou ele.

Indignado, ele completa:

Como é que é isso? O carro entra com estepe, entra com jogo de chave, entra com todos os itens dele ali, coisas particulares, e quando o cara vai buscar não tem mais isso. Como é que é isso? é bem complicado..

De sete investigados pelo suborno, três eram policiais militares da ativa, que atuavam nos programas Operação Lei Seca e Segurança Presente.

São eles:

Major Djalma dos Santos Araújo – Operação Lei Seca

– Soldado Jonatas Olímpio Norberto – Operação Lei Seca

– Tenente Renan Bastos de Brito – Operação Segurança Presente

Os policiais foram exonerados e devolvidos à Secretaria de Estado de Polícia Militar. A Corregedoria da PM instaurou inquérito para investigar a conduta dos militares.

O major Djalma dos Santos Araújo, acusado pelo vereador Gabriel Monteiro (PSD) de tentativa de suborno, já foi preso e condenado pelo crime de tortura, acabou expulso da PM e conseguiu, na Justiça, ser reintegrado à corporação. De volta à ativa, o oficial faz valer seu bom trânsito entre políticos para ser agraciado com nomeações em cargos de confiança no governo do Estado.

Desde outubro do ano passado, o PM conciliava o cargo de subcoordenador de logística da Operação Lei Seca, órgão da Secretaria de Estado de Governo, com a atividade empresarial no ramo automotivo: o PM também é sócio de uma loja de autopeças em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Antes, Araújo ocupou, por sete meses, o cargo de assessor no Centro de Tecnologia de Informação e Comunicação do estado (Proderj).

Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública, responsável pelos pátios, afirma estar em “fase final de elaboração de um termo de referência para a contratação emergencial de uma nova empresa para assumir o contrato de remoção e custódia dos veículos na cidade do Rio de Janeiro”. A seleção da nova empresa deve acontecer em até 10 dias.

Até a nova contratação, o serviço de reboques será feito com apoio da CET-Rio e da Guarda Municipal.

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