Candidato derrotado à Presidência reclamou que partido não foi ouvido sobre ida de deputada a posse de Maduro.
O candidato derrotado à Presidência da República Fernando Haddad e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann , tiveram um divergência motivada pela crise da Venezuela durante reunião da executiva nacional do partido realizada neste sábado, em São Paulo.
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A situação do país vizinho é um dos temas que divide o PT no momento. O encontro foi realizado antes da festa de 39 anos da legenda, que acontece na noite deste sábado.
No dia 10 de janeiro, Gleisi foi à Venezuela para participar da posse de Nicolás Maduro para mais um mandato como presidente do país sul-americano. Em entrevista publicada no dia 19 de janeiro pelo jornal “El País“, Haddad disse “não saber o que levou Gleisi a ir para Caracas“.
Na reunião deste sábado, Valter Pomar, líder da corrente Articulação de Esquerda, cobrou Haddad sobre as críticas feitas a Gleisi na entrevista.
— Eu falei, mas você não leu o que eu respondi? Eu disse no El País que não participei da discussão e depois percebi que ninguém tinha participado e que eu recebi pela imprensa a informação. E que eu achava que aquela era uma questão delicada que tinha que ter passado pelas instâncias partidarias — disse Haddad, ao ser questionado sobre a discussão na saída da reunião.

Haddad afirmou que sua crítica tem como alvo o fato de a presidente não ter comunicado o partido sobre sua viagem.
— Estou falando de um protocolo que precisava ser observado. A conclusão podia ser essa (ir à posse de Maduro). Como se toma uma decisão num partido? Tem que ouvir as pessoas. Nem precisava me ouvir.
O candidato contou ter criticado também a forma como a presença de Gleisi foi comunicada.
—Minha crítica foi em relação à comunicação.
Durante a reunião, a presidente do PT apresentou sua divergência em relação a Haddad:
— Eu discordo dele. Não é só (uma questão) de método. Tem fundo político aí em relação a esse posicionamento. Acho que o PT tem que discutir, mas já temos um posição pública, que é a da defesa da auto-determinação dos povos, da soberania. Por isso, a gente tem a posição de não intervenção e de reconhecimento das eleições — afirmou a presidente do partido, na saída da reunião.
Neste domingo, no prosseguimento da reunião da executiva, o PT planeja fazer um debate sobre a situação da Venezuela.

Fonte: Jornal O Globo
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