GOVERNO TRUMP USOU A CIA EM OPERAÇÕES CLANDESTINAS CONTRA MADURO NA VENEZUELA

Segundo autoridades americanas, governo Donald Trump deu sinal verde para ações clandestinas com objetivo de enfraquecer regime chavista.

O governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou secretamente a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações clandestinas na Venezuela para enfraquecer e tentar retirar do poder o presidente Nicolás Maduro, segundo revelou uma reportagem do jornal norte-americano The New York Times (NYT) publicada nesta semana. As informações teriam sido confirmadas por altas fontes do governo americano, que falaram sob condição de anonimato devido ao caráter sigiloso das ações.

De acordo com a investigação do NYT, a autorização fazia parte de um programa secreto de ações de inteligência aprovado ainda em 2018, no auge do endurecimento da política externa dos EUA contra regimes considerados adversários, como Cuba, Irã, Rússia e Coreia do Norte. No caso da Venezuela, a estratégia buscava desestabilizar o governo de Maduro, considerado ilegítimo pelo Departamento de Estado americano desde as eleições de 2018.

Guerra de informação e apoio à oposição

Segundo o NYT, as operações não envolveram diretamente ações militares, mas campanhas de inteligência, coleta de informações estratégicas e operações psicológicas para minar a imagem de Maduro interna e externamente. Entre as ações estariam:

  • Apoio a figuras da oposição venezuelana, especialmente durante a ascensão de Juan Guaidó, reconhecido por Washington como “presidente interino” em 2019;

  • Cooperação com aliados regionais, como Colômbia e Brasil, em missões de vigilância e fronteira;

  • Operações de contraespionagem para monitorar aliados de Maduro ligados à Rússia, Cuba e Irã;

  • Campanhas de desinformação e mídia estratégica para atingir a cúpula do chavismo;

  • Operações financeiras para rastrear e bloquear recursos do governo venezuelano no exterior.

    Operações seguiram “ordem secreta” presidencial

    As fontes ouvidas pelo jornal afirmam que a autorização ocorreu via “presidential finding”, um instrumento legal que permite ao presidente dos Estados Unidos aprovar secretamente operações de inteligência sem necessidade de divulgação pública. O Congresso americano teria sido informado de forma restrita, apenas por comitês de segurança nacional.

    Ainda não está claro até que ponto o presidente Joe Biden manteve ou alterou a operação após assumir a Casa Branca em 2021. A atual administração dos EUA tem buscado uma reaproximação diplomática parcial com Caracas, especialmente após o impacto da guerra na Ucrânia sobre o mercado de petróleo.

    Reação da Venezuela

    Até o fechamento desta edição, o governo venezuelano não havia se manifestado oficialmente sobre as novas revelações. No entanto, ao longo dos últimos anos, Maduro e aliados — como o chanceler Yván Gil  têm acusado os Estados Unidos de planejar golpes de Estado, sabotagens e até tentativas de assassinato. Em 2020, Caracas denunciou uma suposta invasão marítima de ex-soldados americanos, conhecida como Operação Gideon, classificada como fracassada e associada a empresas militares privadas próximo à inteligência americana.

    Contexto regional

    A Venezuela vive uma profunda crise política, econômica e social desde 2014, marcada por hiperinflação, colapso do setor produtivo, denúncias de violações de direitos humanos e êxodo de mais de 7 milhões de venezuelanos, segundo a ONU. O país continua isolado diplomaticamente de parte da comunidade internacional, embora nos últimos meses tenha retomado relações com Brasil, Colômbia e União Europeia.

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