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Governador do Rio prorroga decreto com medidas restritivas que dá autonomia a prefeitos

Cláudio Castro suspende ainda aulas presenciais na rede pública estadual e em escolas particulares.

O governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), prorrogou por 14 dias, até o dia 26 de março, o decreto que reconhece a prevalência dos municípios sobre o estado para determinar regras no combate à covid-19. A decisão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial, no fim da noite desta segunda-feira. Com isso, ele manteve a autonomia das prefeituras do Rio e de Niterói de adotarem medidas mais restritivas durante o período do ‘superferiadão’ de dez dias – que está previsto para acontecer de sexta-feira (26) até o Domingo de Páscoa (4).

Uma mudança estabelecida pelo decreto é a alteração de uma regulamentação da Secretaria estadual de Educação que tinha regras para aulas presenciais na rede também por 14 dias. A suspensão das atividades presenciais também se aplica à rede privada.

Após ser criticado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), Cláudio Castro, declarou que adotará medidas para que o “superferiado” de dez dias seja efetivo no combate ao contágio da covid-19. “Não tenho dúvida que não vai ser um feriado de folia, vai ser um feriado das pessoas em casa”, disse o governador em exercício durante visita a Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.

“As multas são pesadíssimas para quem descumprir, diferente de decretos que foram feitos sem multa, sem nada. Dessa vez a multa será pesadíssima e as nossas forças de segurança vão estar nas ruas para cumprir o determinado pelo governador”, afirmou.

A fala do governador é uma resposta ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, que subiu o tom e chamou a condução do governo do estado diante do feriado de dez dias para tentar conter o contágio de “Castrofolia”. Os dois travam um debate desde o fim da semana passada: Paes, ao lado do prefeito de Niterói, Axel Grael, é a favor de restrições mais duras. Castro, no entanto, prefere medidas mais brandas.

“CastroFolia! A micareta do governador! Definitivamente ele não entendeu nada do objetivo de certas medidas”, escreveu o prefeito no Twitter, ao compartilhar uma matéria sobre a sugestão do governo do estado de manter bares e restaurantes abertos, mas decretar um ‘superferiadão’ de dez dias.

Mais tarde, em reunião coletiva, Eduardo Paes e Axel Grael anunciaram oficialmente as novas medidas restritivas para o feriadão.

A divergência pública entre prefeitura e governo é a primeira desde que Paes assumiu o mandato, em janeiro. À época, Paes e Castro eram alinhados nas estratégias de combate à pandemia. Ambos defendiam que o lockdown era uma ideia descartada naquele momento, e focaram na abertura de leitos na rede pública. Em um encontro, Castro admitiu que um de seus primeiros votos na vida política foi em Eduardo Paes, para vereador, em 1996.

Fonte: Jornal O Dia