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Vítimas de golpes virtuais devem registrar ocorrência em qualquer delegacia.
Por: João Luiz Menezes, Advogado e colaborador de RedeTV+.
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O crime de estelionato segue em alta no Estado do Rio de Janeiro e, em 2025, alcança níveis recordes — impulsionado, principalmente, pelos golpes cometidos pela internet. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que o número de ocorrências vem crescendo de forma contínua desde 2022, com uma média de mais de 420 casos por dia apenas no primeiro semestre deste ano.
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De janeiro a abril de 2025, foram 36.391 registros de estelionato no estado, segundo o Painel de Ocorrências Criminais do ISP. No mesmo período do ano anterior, haviam sido 34.980, o que representa um aumento de cerca de 4%. Já em todo o ano de 2024, os registros chegaram à marca histórica de 121.588 casos, um crescimento de 25% em relação a 2023.
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.Internet e celular: o novo campo do crime
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Boa parte desse avanço se deve à migração dos golpes para o ambiente digital. Com o uso cada vez mais intenso de aplicativos bancários e redes sociais, criminosos passaram a explorar brechas tecnológicas e comportamentais para enganar as vítimas.
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De acordo com estimativas da Polícia Civil, mais de um terço dos casos de estelionato no estado já ocorre pela internet, envolvendo falsos atendentes de banco, clonagem de WhatsApp, sites falsos de compra e perfis de redes sociais usados para aplicar o “golpe do PIX”.
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“O golpista de hoje raramente usa arma. Ele usa o celular. E a vítima, muitas vezes, entrega todos os dados sem perceber”, afirma o delegado Rafael Vieira, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Baixada Fluminense.
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Municípios da Baixada e Região dos Lagos lideram
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Entre as cidades com maior incidência, Cabo Frio aparece como um dos principais focos. Somente entre 2022 e 2024, foram 4.738 registros de estelionato, segundo o ISP — tornando o município o terceiro com mais ocorrências no estado.
Na Baixada Fluminense, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Magé também registraram aumentos expressivos, especialmente em fraudes bancárias e golpes de compra e venda online.
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Como os golpes acontecem
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Os criminosos usam cada vez mais técnicas de engenharia social — isto é, exploram a confiança e a distração das pessoas.
Entre os golpes mais comuns estão:
•Clonagem de WhatsApp, com pedidos de dinheiro em nome de parentes ou amigos;
•Falsos atendentes bancários, que induzem a vítima a “corrigir” dados ou autorizar transferências;
•Sites falsos e promoções enganosas, principalmente em datas como Black Friday e Natal;
•Golpe do PIX, em que o criminoso cria contas falsas para receber transferências rápidas.
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Prejuízo invisível, impacto real
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Apesar da alta expressiva nos registros, o número real de vítimas pode ser ainda maior. Muitas pessoas não registram ocorrência por vergonha ou descrença na punição.
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Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o estelionato digital é o tipo de crime que mais cresce no país, impulsionado pela expansão do acesso à internet e pela falta de educação digital.
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“O dano financeiro é grave, mas o emocional é ainda maior. A vítima se sente enganada e culpada”, explica a psicóloga Márcia Duarte, especialista em comportamento digital.
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Como se proteger dos golpes virtuais
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As autoridades orientam que a prevenção ainda é a principal arma contra o estelionato. Confira algumas dicas do ISP e da Delegacia de Crimes Cibernéticos:
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1.Desconfie de mensagens pedindo dinheiro — mesmo que pareçam vir de conhecidos. Confirme por telefone antes de transferir qualquer quantia.
2.Não clique em links suspeitos enviados por SMS, e-mail ou redes sociais.
3.Ative a autenticação de dois fatores (2FA) em aplicativos e redes sociais.
4.Nunca envie fotos de documentos por mensagens ou aplicativos.
5.Verifique a segurança dos sites (cadeado na barra de endereço e final “.br” legítimo).
6.Desconfie de ofertas boas demais ou urgentes.
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Denuncie
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Vítimas de golpes virtuais devem registrar ocorrência em qualquer delegacia ou diretamente na Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCI), além de comunicar imediatamente o banco ou instituição financeira.
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O registro pode ser feito também de forma online, pelo site da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
