Extinção de linhas de ônibus no Rio começa no sábado

Uma manifestação contra a extinção das linhas está marcada para o dia 1º de outubro, às 18h, na Candelária.

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A primeira etapa do plano de racionalização da frota de ônibus da zona sul da cidade do Rio de Janeiro começa a ser implantada neste sábado (3), com a extinção de 11 linhas que fazem itinerários entre a zona oeste e o centro, e a criação de cinco novas, sendo quatro da zona oeste até a zona sul e uma da zona sul até o centro. O detalhamento da medida foi feito hoje (28) pelo secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, no Centro de Operações Rio.

De acordo com Picciani, atualmente 64% das linhas que serão extintas têm superposição de itinerários em cerca de 80% da extensão, além de os ônibus circularem muito abaixo da capacidade. “Tudo isso é para trazer um sistema mais eficiente, que atenda melhor a população, com maior frequência, menor tempo de espera nos pontos e a melhor utilização dos nossos corredores, para que esses ônibus possam trafegar com uma velocidade maior, permitindo que o cidadão se desloque da sua origem ao seu destino em um menor tempo e com maior conforto”.

Ao todo, foram analisadas 124 linhas de ônibus e a prefeitura decidiu criar 16 linhas, modificar 41, manter 13 e extinguir 70, afetando 800 mil passageiros por dia. A primeira fase das mudanças, chamada de eixo Copacabana-Leblon, terá sua primeira etapa implantada no dia 3 de outubro, a segunda no dia 24 de outubro e a última no dia 5 de dezembro. A segunda fase, eixo Jardim Botânico-Botafogo, será implementada de janeiro a abril de 2016.

Segundo o secretário, as mudanças não vão gerar custo extra para o passageiro. “O estudo foi baseado e apontado para não onerar a vida do cidadão. Apenas 20% dos passageiros rotineiros dessas linhas afetadas terão que fazer baldeação e poderão utilizar o bilhete único, que está disponível para a utilização de todos e é bem fácil. Esperamos que isso estimule a utilização. Tem buscado avançar nesse sentido, já são 800 pontos de recarga”.

Movimentos sociais são contra a extinção de linhas, que, segundo ativistas, pode significar segregação. Estudioso do sistema de transporte da cidade, Vilmar Torres afirma que nem todas as situações estarão contempladas pelo bilhete único, que permite apenas uma integração. De acordo com ele, a supressão das linhas pode levar à necessidade de se utilizar três ônibus.

“A otimização é favorável, desde que os usuários não gastem mais tempo nem mais uma passagem. É preciso pensar também nos aspectos objetivos do emprego dos rodoviários. Temos que ter ânimo para poder fazer um processo mais democrático, no sentido de discutir tudo. O que não pode é ficarmos estáticos, e vendo tudo o que está ocorrendo, e o povo sendo cada vez mais prejudicado”.

Uma manifestação contra a extinção das linhas está marcada para o dia 1º de outubro, às 18h, na Candelária. O secretário Picciani garante que o número de pessoas que precisarão fazer mais de uma baldeação com o novo sistema é apenas “residual”, e que está conversando com as empresas para que profissionais que venham a perder o emprego passem por capacitação, para trabalhar nos novos corredores de BRT. Ele afirma que as mudanças não impedem ninguém de chegar à praia.

“De maneira alguma, a nossa apresentação demonstra que a lógica utilizada para essas linhas iniciais, da Barra e do Recreio, seja a mesma para os outros pontos da cidade. Assim como  esperamos implementar a racionalização em todo o território do Rio de Janeiro, isso não provocará nenhum tipo de prejuízo, seja para o lazer, seja para o deslocamento do dia a dia”, afirmou Picciani.

As mudanças nas linhas da zona norte vão ocorrer a partir de 24 de outubro e ainda não foram detalhadas pela prefeitura. A linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah) está entre as que serão extintas, e também é um dos principais alvos da polícia nas revistas da Operação Verão. Segundo Picciani, está em análise a possibilidade de manter essa linha nos fins de semana.

Quanto à possibilidade de redução do preço da passagem, atualmente em R$ 3,40, reflexo da diminuição do custo operacional com a racionalização do sistema, o secretário disse que há essa expectativa, mas que não necessariamente a economia será revertida para o usuário do transporte coletivo.

“É sempre uma expectativa boa, eu gostaria muito de poder noticiar uma redução na tarifa, mas isso terá que respeitar o contrato e a fórmula para a métrica que o contrato prevê para chegar à tarifa. A gente espera que esse custo seja o suficiente para reduzir a tarifa. Mas não é por isso que a racionalização está sendo implementada, e sim, pelo sistema. Eu prefiro pensar por outro ponto de vista, que isso dificultará o aumento da tarifa”.

MGT
Fonte: JB

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