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ELEIÇÕES NA FRANÇA: PRIMEIRO TURNO DAS ELEIÇOES TEM DUELO ENTRE OPOSTOS

Pesquisas indicam uma disputa apertada entre Macron, do partido A República Em Marcha, e Le Pen, do Reagrupamento Nacional.

Próximo de 50 milhões, franceses estão aptos a decidir o futuro de um país marcado pelo envelhecimento da população e pela ascensão da extrema-direita, representada pelas figuras de Marine Le Pen e de Éric Zemmour. Os eleitores que forem às urnas, neste domingo (10/4), decidirão entre a continuidade das políticas reformistas do presidente Emmanuel Macron, que provocaram uma onda de protestos nos últimos anos, e uma guinada rumo ao ultraconservadorismo.

Domingo de eleições na França 

Dos 10 adversários na corrida ao Palácio do Eliseu, apenas Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido de extrema-esquerda França Insubmissa, representa alguma ameaça para Macron e Le Pen. Os primeiros resultados devem ser conhecidos ainda hoje. O segundo turno está marcado para 24 de abril.

Macron X Marine

Cientista político do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), em Paris, Jean-Yves Camus acredita que Macron ganhará de Marine, no primeiro turno, mas adverte que a vantagem do atual presidente tem diminuído. “Macron atingiu o pico nas pesquisas com o começo da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, ao tentar atuar como negociador entre Moscou e Kiev. No entanto, muito rapidamente ele caiu nas sondagens, enquanto Le Pen ganhou eleitores por ter feito a escolha correta desde o início da campanha: ela aborda as preocupações diárias dos trabalhadores e da classe média. Os temas mais discutidos por Marine são os salários, a aposentadoria, a recessão, o aumento nos preços do petróleo e da gasolina”, explicou ao Correio.

A França assistirá a um grande apelo dos candidatos eliminados para impedir uma eventual vitória de Le Pen no segundo turno — o que seria uma catástrofe para os republicanos. “Apenas Zemmour deverá apoiar a candidata, pois ele pretende reconstruir a direita e ter uma aliança que abranja os partidos Les Republicains e Reagrupamento Nacional”, previu.

Reserva de votos

O especialista acredita em uma vitória com margem reduzida de Macron no segundo turno: 52% contra 47%. “Isso seria recorde histórico para Marine. A reserva de votos dela está com Zemmour — 80% dos eleitores do ultradireitista pretendem apoiá-la”, explicou. No entanto, Camus adverte que Le Pen precisará seduzir os eleitores que se abstiveram no primeiro turno e ainda obter o apoio de alguns votantes da esquerda radical. Uma tarefa virtualmente improvável. “Sua melhor chance é a de que muitos eleitores da esquerda que apoiaram Macron em 2017, porque queriam evitá-la a qualquer custo, agora se oponham à agenda de Macron e aos métodos de governo do presidente e prefiram a abstenção”, disse Camus.

Macron e Le Pen provavelmente confirmarão, hoje, uma disputa no segundo turno, durante o qual a candidata da extrema-direita deverá capturar os votos de protesto. “O erro de Macron foi ter se afastado da campanha. Ele é considerado arrogante pelos chamados eleitores flutuantes, que não se prendem a um determinado partido”, avaliou. “No segundo turno, é provável que Macron tente conquistar eleitores da esquerda e estigmatize a extrema-direita. Ele também buscará dramatizar o contexto internacional.”

Macron no segundo turno 

Analistas temem que, com uma eventual vitória de Le Pen no segundo turno, em 24 de abril, a França acompanhe o Reino Unido e tente se separar da União Europeia (UE), o que levaria ao colapso da integração. Também existe o temor de que a extrema-direita no poder coloque em xeque o papel de liderança da Europa. Com a saída de Angela Merkel do poder e a ascensão de Olaf Scholz na chancelaria alemã, Macron tem procurado se firmar como a principal figura política europeia.

A probabilidade de Marine Le Pen ganhar o segundo turno é muito baixa. No entanto, não chega a ser zero. Ela precisaria de um cenário altamente improvável, porém possível: um inesperado alto número de eleitores a apoiando, em vez de Macron; e um grande número de votantes da esquerda optando pela abstenção e abandonando Macron”, afirmou Guénolé. Ele não descarta que Mélenchon, da extrema-esquerda, chegue ao segundo turno, no lugar de Le Pen. Nesse caso, segundo o especialista, Macron seria facilmente reeleito.


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