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DINO DETERMINA ABERTURA DE INQUÉRITO DA PF PARA INVESTIGAR MORTE DE MARIELLE

Passados quase 5 anos do crime, mandantes e motivações não foram identificados.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, informou nesta quarta-feira (22) que determinou a abertura de um inquérito da Polícia Federal para “ampliar a colaboração federal” nas investigações sobre a organização criminosa que assassinou a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

“A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de Marielle e Anderson, determinei a instauração de Inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”, escreveu Dino no Twitter.

Conforme a portaria divulgada por Dino, o delegado Guilhermo Catramby vai conduzir o inquérito na Polícia Federal.

Em 2 de janeiro, durante a cerimônia de posse, o ministro prometeu atuar para desvendar o assassinato da vereadora e disse que era “questão de honra do Estado brasileiro” descobrir quem foi o mandante do crime. “Nós saberemos quem matou e quem mandou matar Marielle Franco”, afirmou na ocasião.

Relembre o caso


Marielle foi assassinada a tiros em março de 2018, quando era vereadora do Rio de Janeiro. O carro em que ela estava foi seguido e alvejado no bairro Estácio, na região central da cidade. O motorista Anderson Gomes também foi morto. A única sobrevivente foi uma assessora da então vereadora.

As primeiras prisões aconteceram um ano depois. Em março de 2019, a Polícia Civil do Rio prendeu o policial reformado Ronnie Lessa, apontado como atirador, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, que seria o motorista do carro na perseguição a Marielle. Ambos estão presos em penitenciárias federais fora do Rio de Janeiro e vão a júri popular.

Na mesma semana das prisões, a polícia fez a maior apreensão de fuzis da história do Rio, na casa de um amigo de infância de Lessa. Eram 117 armas novas, do tipo M-16, desmontadas em caixas. O policial reformado foi apontado como dono do material e condenado por comércio ilegal de armas. A principal hipótese é a de que as armas seriam vendidas a milicianos e traficantes.

Passados quase quatro anos, a investigação alega ter encontrado os executores e esclarecido a dinâmica do crime, mas não conseguiu chegar ao mandante do atentado. A motivação do assassinato também é desconhecida. Além disso, a arma usada do crime nunca foi encontrada. A principal suspeita é a de que tenha sido jogada no mar depois que Ronnie Lessa foi preso.

Em maio de 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para transferir a investigação sobre os mandantes do assassinato para a esfera federal. Os ministros da Terceira Seção entenderam que não havia indicativos de inércia das autoridades estaduais para tentar resolver o atentado. Na época, a família de Marielle foi contra a federalização do inquérito.