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Conselho Federal de medicina repudia comportamento de senadores na CPI

O CFM, em nome dos mais 530 mil médicos brasileiros, vem publicamente manifestar sua indignação.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota de repúdio ao tratamento dado aos médicos por alguns senadores durante os depoimentos na CPI da Pandemia.

O Órgão publicou comunicado nesta quarta-feira, 2, em defesa de Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, que foram interrompidas por senadores.

O presidente do CFM se dirigiu diretamente ao senador e médico Otto Alencar, reprimindo a conduta dele com Nise Yamagushi. “Particularmente, o comportamento do médico e senador Otto Alencar foi inconcebível, foi inaceitável, com aquilo que fez com a doutora Nise Yamaguchi. É inaceitável, doutor Otto. O senhor é um médico e deveria refletir sobre aquilo que você fez. A deslealdade que o senhor teve com uma médica mulher”, disse. O presidente do CFM vai enviar um ofício ao presidente do senado, Rodrigo Pacheco, pedindo que sejam tomadas medidas contra o que chamou de “ambiente tóxico” da CPI. Mauro Ribeiro afirmou esperar que o CFM seja convocado o quanto antes para falar à comissão.

De acordo com o documento, “o CFM, em nome dos mais 530 mil médicos brasileiros, vem publicamente manifestar sua indignação quanto às manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos no âmbito da comissão parlamentar de inquérito”.

E continua: “Os médicos brasileiros têm se desdobrado na linha de frente contra a Covid-19. Graças a eles e às equipes de saúde, milhões de pessoas conseguiram recuperar a sua saúde e hoje estão em casa com suas famílias e amigos. Essa atuação tem ocorrido com dedicação e empenho e, muitas vezes, sem condições de trabalho.

Segundo consta o documento, médicos que estão na linha de frente no combate à pandemia buscaram o conselho para manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI nas oitivas em que profissionais da medicina participam como convidados ou testemunhas.

É com eles que o CFM se solidariza nessas críticas. A classe lamenta que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantido seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques a sua honra e dignidade por meio de afirmações vexatórias.

Fonte: CNN Brasil