Deputados discutiram aspectos da lei pelo segundo dia. Governo ainda não tem maioria para garantir a aprovação.
Em meio a fortes protestos do lado de fora e debates calorosos que invadiram a madrugada do lado de dentro, a Câmara dos Deputados da Argentina adiou para esta sexta-feira (2) a votação da chamada Lei “Ómnibus”, o pacote de medidas que é o carro-chefe do novo governo de Javier Milei.
No entanto, o que os deputados tentarão votar, após mais de 30 horas de debate em dois dias consecutivos de sessões, será um pacote de medidas “depenado”: dos 664 artigos que o projeto original tinha quando foi enviado à Câmara, restaram apenas 224.
Os cortes foram exigências de diferentes partidos e grupos políticos em troca de apoio ao pacote de Milei, que tem minoria no Congresso. Por isso, o governo teve de fazer uma intensa negociação com deputados de centro.
Ainda assim, não há garantia de que a lei será aprovada hoje na Câmara – o debate será retomado nesta manhã, com uma fila de 30 oradores ainda para falar. A votação deve ocorrer pela noite, mas pode ser adiada para sábado (3) caso não haja consenso.
E, depois da aprovação do texto entre os deputados, o projeto vai para o Senado, onde o governo também não tem maioria.