Estrutura metálica vai atender moradores do Contorno, onde uma cratera se abriu após um desmoronamento de terra.

A operação para a implantação de uma passarela na pista de subida da Serra de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, para atender os moradores da Comunidade do Contorno, foi adiada. A colocação da estrutura metálica no km 79, no sentido Juiz de Fora, estava marcada para a madrugada desta segunda-feira (27), mas não irá mais acontecer, como informou, por volta das 17h20 deste domingo (26), a assessoria de comunicação da concessionária responsável pelo trecho Rio-Juiz de Fora da BR-040, a Concer.
Parte da estrutura já está montada no local. A implantação total depende da interdição do trecho da rodovia, segundo a concessionária. O local opera em mão dupla desde o dia 17 deste mês por conta da abertura de uma cratera causada por um desmoronamento de terra no dia 7, que compromete a outra pista.
Segundo a concessionária, o trabalho que seria feito durante a madrugada era o de “erguer por guindaste a travessia sobre a pista”. As condições climáticas e operacionais desfavoráveis provocaram o adiamento, conforme informou a Concer, que não deu uma nova data para a realização do serviço.
Duzentos e sessenta e seis moradores da Comunidade do Contorno ficaram desalojados por causa do desmoronamento e até o trabalho de contenção ser feito na cratera de 70 metros de profundidade, havia risco de novos deslizamentos.
Trezentos e vinte e três caminhões carregados de pó de pedra foram usados para fechar o buraco com a colocação de pó de pedra. Uma empresa contratada pela Concer iniciou a colocação de chumbadores nas paredes do buraco. A técnica de contenção se chama “solo grampeado”. O próximo passo é a injeção de calda de cimento.

A concessionária é investigada por conta das obras da nova subida da Serra, que estão paralisadas. A Defesa Civil de Petrópolis estuda se o acidente tem relação com a construção de um túnel de 4.618 quilômetros de extensão, e que passa por baixo do local onde aconteceu o desmoronamento. Um operário morreu esmagado por uma pedra durante a escavação, em fevereiro de 2015 e funcionários reclamaram de falta de segurança.
Sobre a construção da nova subida da Serra
A intervenção teve início em 2013 com previsão de ser concluída em 2016. O prazo foi prorrogado por diversas vezes, e a última meta estabelecida foi para que o trabalho fosse concluído em 2017. A obra foi interrompida inúmeras vezes em função de intervenções da Justiça, de greves feitas pelos funcionários e por impasses, como o aguardo da Concer por aporte federal.
Em agosto de 2017, o Tribunal de Contas da União concluiu que as obras da construção da nova pista da subida da Serra de Petrópolis não teriam continuidade. A decisão foi tomada devido a indícios de superfaturamento e sobrepreço no orçamento.

O projeto de construção foi dividido em cinco lotes, além da construção do túnel rodoviário com 4.618 metros de extensão, situado entre os kms 87,5 e 80. No lote 4 está prevista a construção do trecho final da nova subida e a ligação com a entrada de
Petrópolis pela atual pista de subida. Na última etapa, no lote 5, está prevista a construção da ligação dos bairros Bingen e Quitandinha, uma antiga reivindicação dos moradores de Petrópolis.
Em 2014, o MPF entrou com ação na Justiça pedindo a suspensão da obra do túnel. O órgão afirmou, na época, que a construção colocava em risco a segurança dos motoristas. Um ano depois, o MPF reforçou a afirmação de que havia irregularidades na construção da nova subida da Serra. O Ministério Público Federal reforçou o pedido de suspensão da construção do túnel de 5 quilômetros, além de afirmar que o repasse de verbas públicas à Concer infringia a Lei de Licitações.
Em 2015, o MPF solicitou a anulação do 12º termo aditivo ao contrato de concessão da BR-040 por meio de uma Ação Civil Pública (ACP). O aditivo prevê aporte do Governo Federal no valor de R$ 600 milhões destinado às obras. Na ação, as procuradoras da República Joana Barreiro Batista e Vanessa Seguezzi, afirmaram que a previsão de aporte é superior ao previsto na Lei Orçamentária da União de 2014, e portanto, inconstitucional.
Fonte: G1
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