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Cloroquina não funciona contra Covid, mas governo tinha plano para mudar bula, diz presidente da Anvisa

Presidente da Anvisa confirmou que foi levantada a possibilidade de mudar a bula da cloroquina em uma reunião de ministros.

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, reafirmou em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid na terça-feira (11/05) que todos os estudos científicos confiáveis concluídos até hoje apontam que a cloroquina não funciona no tratamento contra a covid-19.

Barra Torres disse que não houve pressão do governo federal sobre a agência para a aprovação da cloroquina para o combate ao coronavírus, mas confirmou que foi levantada a possibilidade de mudar a bula da cloroquina em uma reunião de ministros.

Procurando em diversos momentos se afastar dos posicionamentos que levam o governo Bolsonaro a ser chamado de negacionista, Barra Torres foi elogiado por alguns senadores por não fugir das perguntas.

Sobre a reunião sobre a bula da clorquina, ele afirmou que o encontro teve a presença da médica Nise Yamaguchi, que citou a minuta de um documento sobre a mudança.

‘Não tomei cloroquina’

A ser questionado no fim do depoimento se tinha usado cloroquina quando teve covid-19, Barra Torres limitou-se a dizer que não.

Autonomia da Anvisa

No início da pandemia, em 15 de março do ano passado, Barra Torres chegou a participar de ato a favor do governo no Palácio do Planalto, ao lado de Bolsonaro. Ambos sem máscara interagiram com apoiadores do presidente, atitude que contribuiu para arranhar a imagem de independência da Anvisa.

Ao longo de seu depoimento, no entanto, Barra Torres afirmou diversas vezes que a Anvisa é um órgão técnico, formado por servidores de carreira, e que mesmo os diretores nomeados politicamente “não tem poder” para exercer pressão sobre os servidores.

Sputnik V

As decisões da agência reguladora sobre a vacina russa Sputnik V também levantou questionamentos na CPI.

Barra Torres afirmou que não houve atraso na avaliação da Anvisa do pedido de uso emergencial feito pela farmacêutica paulista União Química e que a demora é responsabilidade do laboratório.
Segundo ele, os documentos necessários para a aprovação ainda não foram encaminhados pela empresa.

Barra Torres também voltou a justificar o veto aos pedidos de importação dessa vacina, ressaltando que a decisão teve apoio da comunidade científica.

Em dado momento, o presidente da Anvisa listou uma série de informações que faltam ou problemas com a documentação apresentada e afirmou que a agência não está com as portas fechadas para o imunizante russo.

Barreiras sanitárias nos aeroportos

Barra Torres foi questionado por que a Anvisa entrou na Justiça para impedir a criação de barreiras sanitárias nos aeroportos da Bahia.

O presidente da agência esclareceu que a objeção foi apenas à instalação destas barreiras nas áreas federais dos terminais, porque isso poderia gerar aglomerações nestas áreas e gerar riscos à saúde.

Ele também justificou novamente a decisão da Anvisa de não adotar a medição de temperatura nos portos e aeroportos.

O presidente da agência explicou que a medição de temperatura não é capaz de detectar todos os casos, porque há muitos pacientes assintomáticos, e que pacientes com outras doenças podem ter febre.


Fonte: BBC Brasil

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