Site icon Rede TV Mais

Cidade da Baixada vai construir barreiras nos limites com outros municípios

Nilópolis tem, desde 2014, uma central de monitoramento com 62 câmeras espalhadas pela cidade.

“Minha ideia é transformar Nilópolis em um condomínio fechado”. A declaração é do prefeito da cidade da Baixada Fluminense, Alessandro Calazans (PMDB), que anunciou a construção de barreiras de concreto em três pontos do município: Ponte Azul, no limite com o Rio; Ponte Inácio Serra, no limite com Mesquita; e Ponte Canadense, no limite com São João de Meriti. O objetivo é impedir passagens de carros nesses locais e, assim, tentar coibir os roubos de veículos nessas regiões.

As áreas  todas pontes sobre rios que ligam Nilópolis a essas cidades  são próximas às entradas das comunidades Chapadão e Chatuba, dominadas pelo tráfico de drogas. As barricadas de concreto serão instaladas até o dia 20.

— Fechar ponte é contramão do que se diz integração entre sociedades. Mas não sou governador do estado, sou prefeito de Nilópolis. Minha população está sofrendo com bandidos vindos de outros municípios. Do Chapadão e da Chatuba — afirmou Calazans.

De acordo com números do Instituto de Segurança Pública, a região do 20º BPM (Mesquita), que cuida também de Nova Iguaçu e de Nilópolis, registrou um aumento de quase 30% nos roubos de veículos de janeiro a março de 2016, se comparado com o mesmo período do ano passado.

E quem mora nos locais onde a prefeitura vai instalar as barreiras garante viver constantemente com medo. Na Ponte Inácio Serra, no bairro Nossa Senhora de Fátima, que faz divisa com a Chatuba, moradores temem falar, mas mostram marcas da violência cravadas em muros e postes.

— De noite, isso aqui é terrível. É um vai e vem de homens armados. Parece terra sem lei mesmo. Ou melhor: a terra é deles — afirmou uma senhora, sem se identificar.

Morador de Anchieta, bairro carioca vizinho a Nilópolis que acabará sendo impactado pela medida, Valdir Brum, de 43 anos, afirma:

— Não sou contra, mas acho que a prefeitura precisa entrar com outros benefícios nessas regiões. Construir escolas, posto de saúde…

Já o taxista Everaldo Junior não sabe qual será a reação dos passageiros com as mudanças:

— Não sei como os passageiros vão reagir com essas mudanças. Talvez não gostem, porque teremos que dar mais voltas. Mas espero que diminua a violência.

Outras opiniões

— Graças a Deus vão acabar com essa bandidagem de lá para cá. A gente não aguenta mais. É sair na rua e dar de cara com alguém armado — disse um morador da Ponte Azul.

— Meu pai teve o carro roubado três vezes em um ano em Nilópolis — exemplificou a médica Flávia Rico

Câmeras de segurança vigiam cidade

Nilópolis tem, desde 2014, uma central de monitoramento com 62 câmeras espalhadas pela cidade. As imagens são gravadas 24h e ajudam a PM com as ocorrências. Nos três pontos escolhidos para instalar as barreiras, existe a vigilância digital. Serão elas que ajudarão no combate em uma possível mudança de rota dos criminosos.
— Tenho certeza de que 100% dos roubos de carros de Nilópolis são praticados por bandidos de fora. Vamos cercar e acompanhar de perto a mancha migratória deles. Ou seja, se vão usar outras rotas de entrada — afirmou Felipe Cavalcanti, ex-secretário municipal de Segurança Pública e idealizador do projeto.


Fonte: Extra