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Catadores de Caranguejo fazem manifestação de protesto na sede da Transpetro no RJ

Ignorados após reivindicação, catadores de caranguejo protestam contra descaso da Transpetro.

Após sentirem na pele o desastre ambiental provocado pelo derramamento de mais de 60 mil litros de óleo na Baía da Guanabara, catadores de caranguejo que sobrevivem com a venda dos crustáceos, se revoltam com descaso da Empresa e fazem manifestação na sede da empresa no Rio de Janeiro.

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Dezenas de catadores de caranguejo se reuniram na sede da empresa Tranpetro, espalhando vegetação de manguezais com resíduos de óleo vazado na Baía da Guanabara. Sem outro meio de produção de renda, famílias se desesperam com a falta da única fonte de renda. Após mais de dez dias de negociações com pescadores e catadores do crustáceo, a subsidiária da Petrobras, Transpetro, ignora a situação caótica que vivem centenas de pessoas na região de Magé, onde aconteceu o acidente com o rompimento de um dos dutos da companhia.

Com a promessa de indenização pelos danos causados ao município e aos trabalhadores da pesca, que vivem exclusivamente da produção dos pescados, a empresa continua com supostas negociações com as autoridades do município, sem que viabilizem ações concretas de amparo as famílias atingidas diretamente pela contaminação.

Segundo um representante dos catadores, a manifestação foi pacífica e tinha como intenção sensibilizar a Transpetro, em nomear um representante, para abrir uma linha de diálogo com os catadores em busca de resultados mais emergenciais para amparar a difícil situação que estão passando.

Segundo ainda os representantes de catadores, a empresa insensível a reivindicação, sequer se manifestou ou abriu espaço para ouvir ouvi-los, retornando as suas casas, sem esperança de resolverem seus problemas, acumulados pelo período de defeso da pesca e desova dos crustáceos.

Uma ação civil pública para cobrar a reparação dos danos está sendo preparada pela Prefeitura de Magé. De acordo com o prefeito Rafael Tubarão, o processo deve envolver a reparação tanto dos danos ambientais como dos prejuízos causados aos trabalhadores. Segundo o poder público municipal, a Colônia de Pescadores Z9 deverá concluir e entregar ao município um cadastro dos atingidos. A estimativa inicial é de que mais de 500 pescadores e catadores de caranguejos tenham sido prejudicados.

Não há uma previsão de data para início de pagamento aos atingidos pelo derramamento do óleo. 

De acordo com pescadores e catadores, as famílias atingidas terão um dos piores final de ano depois do desastre de 2000. “Nosso Natal será de mesa vazia e tristeza, a desigualdade e desrespeito com os mais desfavorecidos nos causam uma profunda indignação, somos tratados com todo descaso, nossas crianças terão dias duros, nosso desespero nos levam a um sentimento amargo de difícil compreensão.” Declarou uma mãe com lágrimas nos olhos.

A Transpetro deveria garantir um ressarcimento diário pelos prejuízos causados. “Até o exato momento, nenhum representante da empresa procurou os atingidos. Só a prefeitura, vereadores e representantes da Defesa Civil e da Secretaria municipal de Meio Ambiente vieram conversar conosco”. declarou um pescador.


Magé|Online.com – Notícias