Governador afirmou que ataques do prefeito do Rio ultrapassaram os limites da boa convivência que deve existir no exercício das funções públicas.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), reagiu, neste domingo (8), às declarações do prefeito Eduardo Paes (PSD), que o chamou de “frouxo” durante um evento na Praça Seca, Zona Oeste carioca.
A resposta veio em forma de desabafo no Instagram, onde Castro afirmou que Paes jamais o procurou para discutir a segurança pública, ponto central das divergências entre os dois nas últimas semanas.
“Prefeito, você nunca me ligou para falar sobre segurança pública. Nunca! Todos sabemos que segurança pública nunca foi uma prioridade sua. Basta lembrar de um passado recente, quando você sabotou e jogou contra as UPPs. Isso foi amplamente noticiado nos jornais da época“, declarou o governador.
Ainda em sua fala, Castro destacou que já pediu ajuda à prefeitura em diversas ocasiões, mas que seus pedidos teriam sido negados. Ele também acusou Paes de tentar se desvincular do ex-governador Sérgio Cabral e criticou o comportamento do prefeito em relação às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
“Você agiu sob o pretexto velado de que o secretário de segurança da época, Beltrame, poderia se tornar uma figura política e prejudicar sua carreira como sucessor de Cabral. Ao contrário de você, sou um cristão cuja essência é a humildade. Já lhe pedi apoio várias vezes, mas nunca usei suas negativas como ferramenta para uma guerra política“, acrescentou o governador.
Castro também lamentou os ataques pessoais feitos por Paes, afirmando que eles ultrapassaram os limites da boa convivência que deve existir no exercício das funções públicas. O governador ainda sugeriu que a prefeitura poderia colaborar mais com questões de segurança, como no apoio aos moradores de rua e no combate à desordem urbana, áreas que, segundo ele, estão em crise em bairros como Copacabana, Ipanema e Leblon.
“Imagine se não fosse o meu governo mantendo o programa Segurança Presente atuante nessas regiões. Seria o caos, prefeito“, disse Castro, encerrando com uma crítica ao comportamento de Paes durante o período eleitoral. Ele afirmou que Paes estaria confundindo seu papel de prefeito com o de candidato à reeleição.
“A eleição passa, prefeito, e você precisa lembrar que, acima de nós, está o interesse público“, concluiu Castro, citando uma passagem bíblica de Efésios 4:2 sobre a importância da humildade e paciência no serviço ao próximo.
Ontem à noite, o atual prefeito da capital, Eduardo Paes, ao me atacar pessoalmente com adjetivos, extrapola a boa convivência que deve nos guiar no exercício da nossa função pública. Críticas à gestão são próprias do calor do período eleitoral, mas agressões pessoais não são um bom caminho e não vão encontrar em mim qualquer resposta ou amplificação.
O prefeito precisa entender que o que está sendo avaliado é o seu governo, não o meu. Portanto, não precisa ficar nervoso quando for questionado sobre segurança pública; basta responder o que fez. Porque o que ele não fez, todo mundo já sabe.
Por falar nisso, prefeito, você poderia fazer a sua parte cuidando dos moradores de rua que ocupam todos os cantos da cidade. Será que em 12 anos não deu para fazer nada?
Cuidar também da desordem urbana que tomou conta de Copacabana, Ipanema e Leblon. Ali, a sua incompetência tem prejudicado o comércio e o nosso trabalho na segurança pública. A prefeitura está destruindo uma economia local que ainda resiste em sobreviver. Imagina se não fosse o meu governo, que mantém o Segurança Presente atuante ali? Seria o caos, prefeito.