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Carnaval perde credibilidade ao blindar Unidos da Tijuca contra o rebaixamento

Infelizmente, essa joia perde brilho com decisões equivocadas como esta.

A decisão da Liga Independente das Escolas de Samba de não rebaixar ninguém no carnaval 2017 expõe uma característica da nossa sociedade que estamos querendo deixar pra trás: a tendência a quebrar contratos e desrespeitar as regras, dependendo de quem é o (des)favorecido. A iniciativa é uma prevenção contra um possível rebaixamento da Unidos da Tijuca, escola que apresentou inúmeros problemas em seu desfile e que provavelmente ficará em último lugar na classificação final.

Como a Tijuca atualmente é uma das potências do carnaval carioca, a entidade não aceitou vê-la relegada à Série A, a segunda divisão do samba. O problema é que a catástrofe que aconteceu na pista foi causada pela própria escola. A negligência ou incompetência na construção do carro alegórico, que resultou no acidente com vítimas, não foi um desastre natural que eximiria a escola de culpa. O resultado do carnaval seria a punição para erros cometidos pela própria agremiação. Como acontece todos os anos.

Não rebaixar a última colocada faz parte da nossa cultura de impunidade. É compreensível a anulação do rebaixamento quando fatores externos interferem no carnaval. No ano em que houve um incêndio na Cidade do Samba, foi acertada a decisão de não descer ninguém. Isso já aconteceu também em anos com temporais, etc. Faz parte.

Mas não é o caso do carnaval 2017. O que aconteceu na pista teve como responsáveis as próprias agremiações. A decisão de não suspender o desfile, durante o acidente, já foi um erro irreparável. Agora, a situação ficou ainda mais crítica, com decisão de blindar a Unidos da Tijuca, escola que tem força dentro da Liesa. Vice-campeã do último carnaval e com três títulos nesta década, a azul e amarelo é uma das joias da coroa. Infelizmente, essa joia perde brilho com decisões equivocadas como esta.

Fonte: Jornal Extra