Cenas do pós-carnaval mostram o quanto o homem ainda precisa caminhar rumo à consciência ambiental.
E esses materiais que surgem nas ruas fazem do pós-carnaval um importante termômetro da gestão que o homem tem sobre o lixo que produz. Independentemente do local onde são jogados, nas capitais ou no interior, em baixas ou elevadas altitudes, é necessária uma corrida das prefeituras para que esses vilões não cheguem ao oceano. O problema é que das 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico geradas por ano, apenas 1,2%, ou seja, 145.043 toneladas são recicladas.
Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana, segundo o estudo, e uma das cenas do pós-carnaval que mostram a relação despreocupada do homem com o lixo foi registrada na orla da Praia do Forte, ponto turístico de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.
Mas não precisa estar ao lado do mar para que o lixo plástico se torne um problema imensurável. Mesmo a 840 metros do nível do mar, o lixo plástico de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, é também uma grande ameaça. Um dos registros também mostra a situação preocupante do pós-carnaval na cidade.
Todo o lixo jogado em qualquer parte do mundo vai parar no oceano, como explica o pós-doutor em oceanologia e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Julio Waisserman.
“O lixo vai para os bueiros, segue pelos rios e desemboca no mar. Os microplásticos, por exemplo, podem levar até 200 anos para se decompor”, afirma.
O especialista disse que se espantou com o que viu depois da folia.
“Não jogar lixo no chão é o mínimo de consciência que as pessoas devem ter. Fiquei muito espantado ao ver as ruas do Rio de Janeiro após a passagem de um bloco. Eram copos, canudos e sacos plásticos no chão. Isso é inadmissível”, disse.
Para o especialista é preciso ser mais rigoroso com as punições diante dos graves riscos à saúde das pessoas e ao meio ambiente.
“A chuva carrega esse material para os bueiros e ele acaba na Baía de Guanabara, por exemplo. É por este motivo que vemos uma montanha de lixo ali”, afirma.