Especialistas alertam para perigos de trilhas inseguras.
Lombok, Indonésia – A turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi localizada morta após cair em uma trilha próxima à cratera do vulcão ativo Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Ela havia escorregado em um trecho instável, cerca de 500 metros abaixo da trilha principal, e ficou presa por quatro dias em um penhasco íngreme com neblina densa antes de as equipes de resgate confirmarem sua morte.
Juliana, publicitária de Niterói em viagem solo pelo sudeste asiático, começou a trilha no dia 20 de junho com um pequeno grupo e um guia. Cansada, ela se atrasou e foi deixada para trás pelo guia, conforme relato da família. Após ter escorregado durante a madrugada, foi localizada apenas no dia 24, mas já havia falecido por hipotermia e exaustão, segundo informações locais.
Trilhas em vulcões: risco elevado
O Monte Rinjani, com seus 3.726 m de altitude e relevo escarpado, já teve mortes de turistas em 2022 e maio de 2025, incluindo estrangeiros que sucumbiram em terreno instável durante excursões. Trilhas em vulcões ativos oferecem desafios consideráveis: solo solto, variação de temperatura, neblina repentina e áreas irrestritas. A atividade geológica intensa também pode representar perigo, como dias após queda de cinzas ou tremores locais.
O que contribuiu para o acidente
Ausência de acompanhamento contínuo: o guia seguiu adiante e deixou Juliana isolada num trecho de risco;
Condições climáticas adversas: neblina densa, falta de luz natural e solo escorregadio dificultaram a subida;
Dificuldade operacional no resgate: o terreno íngreme, remoto e o acesso limitado a helicópteros atrasaram a chegada das equipes
Aprendizados e recomendações
Guias qualificados e experiência real – Profissionais locais com capacidade de avaliar riscos do terreno e manter o grupo unido são indispensáveis.
Equipamentos adequados – Botas de trilha com boa aderência, bastões de apoio, iluminação eficaz e roupas para clima frio e úmido são cruciais.
Não seguir sozinho nem desacompanhado – Caminhar em grupo seguro minimiza pouso isolado e acelera notificações em caso de emergência.
Planejamento e aceitação da rota – Entenda a trilha: distância, inclinação, clima possível, tempo necessário e pontos seguros de apoio.
Monitoramento geometeorológico – Áreas vulcânicas exigem checagem constante de alertas oficiais, mesmo com trilhas abertas ao público.
Responsabilidades dos operadores turísticos
Agências e guias têm dever de:
Informar claramente sobre os perigos;
Fornecer guias em número suficiente;
Ajustar o roteiro conforme o clima e capacidade dos participantes;
Priorizar a segurança, não o cumprimento rígido da programação.
Conscientização salva vidas
O trágico destino de Juliana Marins serve de alerta: o fascínio por paisagens extremas tem seu preço quando a trilha é subestimada. Aventuras em vulcões exigem respeito à montanha e à própria fragilidade humana.
As autoridades locais já fecharam a trilha principal para manutenção e revisão das normas de abertura, enquanto operadoras internacionais prometem reforçar medidas de segurança para turistas.