Estabelecimento já havia recebido 26 multas por irregularidades como ocupação de calçadas e excesso de barulho.
Uma operação da prefeitura interditou na manhã desta quarta-feira o Bar Riba, na esquina das ruas Dias Ferreira e General Urquiza, no Leblon, Zona Sul. Segundo a Superintendência da Zona Sul, desde que foi aberto, em abril de 2016, o estabelecimento vinha desrespeitando diversos itens da legislação municipal e, por isso, já havia recebido 26 multas. Nesta manhã, os agentes foram ao local cumprir um edital de interdição. De acordo com Marcelo Maywald, Superintendente da Zona Sul, além de realizar modificações internas no imóvel — o prédio integra a Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC) do Leblon — os proprietários da casa haviam fixado mesas e cadeiras na área frontal do prédio, criando uma espécie de varanda.
Moradores do bairro já haviam realizado pelos menos dois protestos em frente ao local no ano passado.
— Vínhamos recebendo centenas de reclamações dos moradores do Leblon. A casa construiu um piso irregular na frente, onde prendeu mesas e cadeiras. E à noite ainda espalhava mesas e cadeiras pelas calçadas, atrapalhando a circulação de pedestres. Eles também usavam caixas de som com amplificadores e extrapolavam o horário permitido de funcionamento, com música alta e barulho até de madrugada. A prefeitura praticamente emitia multas toda semana, mas eles não respeitavam as determinações. Hoje viemos aqui para demolir o que havia de irregular e interditar o prédio — explicou Marcelo Maywald, que não informou o valor total de multas emitidas.
Para Regina Regina Araújo, do Movimento Calçadas Livres, a interdição do bar causou um grande alívio na vizinhança:
— É uma grande vitória. Estamos há um ano e meio tentando resolver este problema. Quando começaram os abusos, barulho e mesas nas calçadas, um grupo de moradores procurou os donos do bar para tentar resolver a questão, mas eles nunca foram receptivos. Então apelamos para a prefeitura: fizemos centenas de ligações para o 1746, entramos com processos administrativos e fizemos protestos. Acho importante os cariocas lutarem por seus direitos —diz Regina.
Um dos donos do bar, Marco Antônio de Luca, é acusado de ser o chefe do cartel de alimentos que lucrou cerca de R$ 8 bilhões nos governos Cabral e Pezão. Ele foi preso em junho, em operação da força-tarefa da Lava-Jato no Rio. De Luca já havia sido um dos alvos da Polícia Federal na operação Quinto do Ouro, que prendeu cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no fim de março. Sua empresa, a Masan Serviços
Especializados, é uma das maiores fornecedoras do governo estadual de merenda e quentinhas para os presídios. O empresário é suspeito de subornar agentes públicos para conseguir contratos com o estado. Suspeita-se também que ele tenha usado a cadeia de bares Riba para lavagem de dinheiro. Ele é um dos integrantes da ‘gangue do guardanapo’ que se esbaldou em festa em Paris junto ao ex-governador.
Fonte: Jornal O Globo