Reprise não conquista o público e repete percurso de baixa rejeição da faixa nobre.
A novela “Vale Tudo”, exibida pela TV Globo e que chega ao fim nesta sexta-feira (17), encerra sua trajetória com um resultado amargo: a 3ª menor audiência de uma atração da faixa das 21h desde que a emissora adota a medição do Kantar Ibope Media. Mesmo sendo um clássico da teledramaturgia brasileira, a trama escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, não alcançou o desempenho esperado pela emissora em sua exibição especial.
Segundo dados de audiência da Grande São Paulo principal praça de medição do mercado publicitário , a média consolidada de “Vale Tudo” ficou em torno de 24 pontos, abaixo do esperado para a novela das nove, tradicionalmente considerada a principal atração da grade da Globo.
Por que a audiência foi baixa?
Especialistas apontam alguns motivos para o fraco desempenho da reprise:
Desgaste do modelo de “edições especiais”, adotado pela Globo para cobrir o período pós-pandemia;
Concorrência do streaming, com crescimento de público migrando para Netflix, Prime Video e Globoplay;
Mudança de hábitos do telespectador e fragmentação de audiência;
Cenas e temas considerados datados, que não repercutiram tanto entre o público mais jovem;
Horário de exibição irregular em alguns dias devido a jogos de futebol e eventos ao vivo.
Sucesso histórico — mas no passado
Originalmente exibida em 1988, “Vale Tudo” se tornou um marco por abordar temas como corrupção, ética e desigualdade social, eternizando vilões como Maria de Fátima (Glória Pires) e Odete Roitman (Beatriz Segall), além do bordão nacional: “Vale a pena ser honesto?”. A novela também é lembrada por um dos finais mais emblemáticos da TV brasileira, marcado pelo assassinato de Odete Roitman.