História de mistério, manipulação e disputa judicial ainda mobiliza o estado.
Desde o chocante desaparecimento da advogada Anic Herdy em fevereiro de 2024, o caso tem sido marcado por reviravoltas dramáticas. Dois anos após seu sumiço, a descoberta de seu corpo em Teresópolis — concretado no quintal da casa do ex-amante e funcionário da família, Lourival Fadiga — expôs um crime brutal articulado para parecer sequestro.
Em agosto de 2024, Lourival apresentou uma nova versão do crime: acusou Benjamin Herdy de mandar matar Anic com uma carta assinada por ele. A defesa de Benjamin rebateu, afirmando faltar qualquer prova, e a delegada responsável relatou que, diferentemente do aparelho de Lourival, o telefone de Benjamin foi inteiramente periciado — não haver quaisquer indícios contra ele até agora.
Falsa a imputação pública de crime a Benjamim
O advogado de Benjamin Herdy, viúvo de Anic, em resposta às graves acusações envolvendo o caso declarou:
“Se trata de mais um ato de desespero e de crueldade. … Lourival novamente altera a sua versão e agora (…) adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara.”
Segundo a investigação, Anic foi assassinada com asfixia mecânica e seu corpo escondido com ardil. O resgate de R$ 4,6 milhões pago pelo marido não teve efeito, pois o crime já havia sido cometido. Lourival confessou o crime e permanece preso. Alegações de que o marido teria sido mandante foram rebatidas com veemência pelo MP, que encontrou ausência de provas contra ele.
Uma das citações mais marcantes do caso veio do delegado responsável, ao falar sobre o grau de manipulação de Lourival no desaparecimento de Anic Herdy:
“Ele controlou toda a narrativa, assumindo o lugar da vítima, enviando mensagens para a família e até para a polícia, como se fosse ela. O objetivo era retardar a investigação e garantir o recebimento do resgate.” — Polícia Civil do RJ.
Justiça concede habeas corpus para três réus
O ponto mais recente envolve os filhos de Lourival e sua companheira, que foram beneficiados por habeas corpus em julho de 2025 e estão soltos, enquanto o processo judicial segue em curso. O Ministério Público já indicou pretender recorrer da decisão, respaldado em novos laudos e provas técnicas — mantendo vivo o clamor por justiça em um caso que escancarou as fissuras entre poder, violência e impunidade.