Bolsa despenca, denúncias pululam e crise aprofunda-se na Argentina.
Enquanto a Bolívia amarga uma das piores performances do ano entre os mercados globais com o índice Merval acumulando recuo de 30% em pesos e 47% em dólares até setembro o governo de Javier Milei enfrenta um turbilhão de escândalos, perda de credibilidade e uma economia em frangalhos.
A confiança se desfaz. População e investidores questionam o rumo do país diante do colapso financeiro, denúncias de corrupção ligadas à criptomoeda $LIBRA e um legislativo cada vez mais hostil ao projeto radical do presidente.
Os eixos da crise
1. MERCADO EM FREE FALL-
- O S&P Merval amarga o pior desempenho entre os 21 principais mercados do mundo no ano queda de 30% em pesos e de 47,12% em dólares.
- A desvalorização abrupta do peso derruba o poder aquisitivo, compromete investimentos estrangeiros e expõe a fragilidade cambial do país.
- Intervenções recentes inclusive venda de reservas, restrições à compra de dólares e tentativas de swap externo não conseguiram deter a sangria.
2. ESCÂNDALOS E PERDÃO DE APOIO
- A iniciativa presidencial de promover a criptomoeda $LIBRA resultou em colapso abrupto, gerando acusações de “rug pull” e pedidos de impeachment.
- Investigações nos Estados Unidos sobre pirâmide financeira e abuso de autoridade abarcam assessores e chegam ao cerne do Executivo argentino.
- A popularidade de Milei despencou: uma pesquisa recente aponta que 53,7% desaprovam sua gestão, contra 42,4% que a aprovam o pior desempenho desde sua posse.
3. BLOQUEIO POLÍTICO E RECUOS FORÇADOS
O Congresso argentino derrubou vetos presidenciais sobre gastos públicos, fragilizando o plano de austeridade radical do governo.
A derrota do governo nas eleições provinciais de Buenos Aires por margem expressiva acelerou temores de “veto institucional” e empurrou o país para um ambiente de incerteza política.
A oposição aproveita para contestar reformas estruturais e questionar o modelo econômico drástico adotado por Milei.
Impactos sociais e perspectivas sombrias
A crise não é apenas financeira é humana. O desemparo social cresce, com o risco de colapso no consumo, elevação da pobreza e desvalorização dos salários reais. O ajuste austero impõe cortes em saúde, educação e programas sociais já fragilizados.
Para recuperar credibilidade, o presidente precisaria reconstruir pontes com o parlamento, retomar o controle cambial e oferecer caminhos claros de contenção da inflação e estímulo ao crescimento tudo isso em meio à forte resistência política.
Se não agir rápido, o “poço sem fundo de Milei” pode se tornar uma cratera irreversível arrastando não só seu governo, mas o futuro da Argentina.