ALERJ: APÓS AFASTAMENTO, NOVOS DESDOBRAMENTOS COMPLICAM A SITUAÇÃO DE RODRIGO BACELLAR

Deputado segue solto, mas sob rígidas medidas cautelares impostas pelo STF; investigações ampliam foco sobre vazamento de informações sigilosas e vínculos políticos.

A crise envolvendo o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), ganhou novos capítulos nos últimos dias, revelando um cenário ainda mais complexo do que o inicialmente apresentado após sua prisão preventiva. Embora a Alerj tenha aprovado a revogação da prisão por ampla maioria — numa votação que expôs fissuras internas e demonstrou força política do parlamentar — Bacellar permanece sob duras restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal.

Segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, o deputado está obrigado ao uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, entrega do passaporte e está proibido de manter contato com outros investigados. A determinação prevê ainda multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Paralelamente, ele permanece impedido de reassumir a presidência da Casa, situação que deve perdurar enquanto avançam as investigações da Polícia Federal.

As apurações, que inicialmente se concentravam no suposto vazamento de informações sigilosas de uma operação contra o ex-deputado TH Joias — apontado como uma das pontes entre a política fluminense e a facção criminosa Comando Vermelho —, agora miram um conjunto maior de indícios. Documentos apreendidos na residência do parlamentar e no gabinete da Alerj sugerem movimentações político-administrativas que podem aprofundar o entendimento sobre a extensão da influência de Bacellar na máquina pública.

Além disso, vieram à tona detalhes de uma investigação anterior, ainda em andamento, que apura possível enriquecimento ilícito ligado a imóveis e relações empresariais suspeitas. Esses elementos reforçam a percepção de que o caso não se limita a um episódio isolado, mas sim a possíveis padrões de condutas que agora são reavaliados pelas autoridades.

O afastamento de Bacellar da presidência da Alerj já produz impactos diretos no cenário político do Rio. Parlamentares da oposição defendem a substituição definitiva do comando da Casa, enquanto aliados tentam conter danos e argumentam que a revogação da prisão foi um sinal de “confiança institucional” na capacidade da Alerj de gerir seus próprios quadros. Nos bastidores, porém, cresce o entendimento de que o retorno do deputado ao cargo tornou-se improvável no curto prazo.

O episódio também reacendeu o debate nacional sobre os limites entre o poder legislativo estadual e as decisões judiciais. A votação que permitiu a soltura do parlamentar em confronto com a ordem inicial do STF foi interpretada por analistas como um gesto político que ultrapassa o caso Bacellar e se insere num contexto mais amplo de tensão entre instituições.

Enquanto isso, o futuro político do deputado permanece incerto. A depender do resultado das investigações, o caso pode evoluir para denúncia formal e até ações que comprometam sua continuidade na vida pública. Por ora, o cenário é de cautela, desgaste e crescente pressão para que a Alerj adote medidas de transparência e reforço institucional.

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