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ALTA NO COMBUSTÍVEL E DESISTÊNCIA DOS MOTORISTAS AFETAM SERVIÇOS DE APPS

A procura caiu muito e os motoristas tiveram prejuízos.

a alta nos preços dos combustíveis influenciou a ação. Na 99, o aumento no repasse foi de 10% a 25%, válido em mais de 20 regiões metropolitanas do país, como São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. Já na Uber, o reajuste pode atingir 35% — de acordo com horário, local, tipo de viagem e passageiro.

Outro agravante é a inflação: a estimativa mais recente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta para 7,9% em 2021. Eduardo Lima de Souza, da Associação dos Motoristas de Aplicativos em São Paulo (Amasp-SP), lembra que os combustíveis já subiram 50%. “A sensação é de indignação porque a categoria não tem reajuste desde 2015 e, quando ele chega, é abaixo do que deveria.

Motoristas de apps de São Paulo ouvidos pela Agência Estado relatam, ainda, a diminuição da taxa dinâmica — usada para compensar a alta demanda de corridas em determinadas ocasiões. “Estudo os horários em que posso ter mais ganhos”, conta Ana Paula Aparecida de Oliveira, 38, que usa as plataformas Uber e 99.

Souza, da Amasp-SP, diz que os motoristas suspeitam que essa é uma manobra para compensar os reajustes anunciados pelos aplicativos. “A tarifa dinâmica simplesmente some ou não aparece tão alta como antes”, aponta Ana Paula.

Desistência de motoristas

Embora as empresas não divulguem quantos de seus motoristas deixaram a plataforma, a Associação Brasileira de Locação de Automóveis (Abla), que representa metade da frota de veículos de aluguel no país, diz que “uma a cada quatro pessoas que alugam carro para trabalhar como motorista de aplicativo abandonou a atividade”. Um dos motivos para isso, segundo a entidade, foi o reajuste de cerca de 30% no preço da locação.

A Abla estima que 30 mil automóveis antes usados para esse fim tenham sido devolvidos entre junho e setembro. “Ainda restam 170 mil veículos alugados a esses motoristas, mas esse número poderia ser de 250 mil, se o litro do combustível voltasse a ficar entre R$ 4 e R$ 5”, diz Paulo Miguel Júnior, presidente da Abla.

Tudo isso tem afetado a prestação de serviço. Usuários dos apps ouvidos pelo InfoMoney destacam que usar as plataformas tem exigido esforço, paciência e torcida para que a corrida não seja cancelada. Luiz Sotero, engenheiro de software, diz que demorou 25 minutos para conseguir um carro da Uber para levá-lo da região da Consolação (centro de São Paulo) até o Morumbi (zona sul).

Nesse intervalo, os pedidos dele foram cancelados 12 vezes. “O aplicativo mostrava carros próximos à minha rua e outros a três minutos da minha casa, mas ninguém aceitava a minha corrida”, conta. Para conseguir o serviço, Sotero optou por uma categoria mais cara do aplicativo. “Tem sido assim: sempre estou pagando mais para conseguir um carro do app”, reforça.

O professor Lucas Passos tem percebido flutuação nos preços em um trajeto que faz diariamente. “No começo do ano, o preço sempre era parecido: R$ 11 para ir e R$ 13 para voltar. Depois do meio do ano, o aplicativo já cobrou R$ 30. Teve uma hora que apareceu R$ 19 nos mesmos horários da manhã.” Quando um motorista aceita o pedido, ele envia mensagem. “Eu peço: por favor, não cancele a corrida”.

O que dizem as plataformas

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