Agravamento da pandemia faz Volkswagen suspender produção no país

Medida atinge cerca de 15 mil funcionários. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais.

Volkswagen anunciou nesta sexta (19) que suspenderá a produção de veículos no Brasil pelo agravamento da pandemia da Covid-19. A medida valerá para todas as unidades da empresa no país entre os dias 24 de março e 4 de abril.

De acordo com a marca, a decisão foi tomada diante do crescimento do número de casos da pandemia e da taxa de ocupação dos leitos de UTI no país. “A empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, disse em comunicado.

Além da gravidade da pandemia da covid-19 no Brasil, a dificuldade em encontrar fornecedores de componentes e a queda de demanda por veículos no país são os principais fatores que fizeram a Volkswagen suspender a produção de automóveis no Brasil, segundo especialista ouvido pela Sputnik Brasil.

Segundo o especialista, as montadoras também estão enfrentando “graves problemas” para conseguir fornecedores de componentes.

“É muito difícil para os fornecedores de componentes do setor automotivo reverter um quadro após uma parada total de fabricação que se deu de março a junho do ano passado. Eles praticamente cancelaram toda a programação de produção e estavam no aguardo de que as coisas fossem acontecendo aos poucos”, explicou.

No final de fevereiro, a produção de carros da linha Onix (hatch e sedã) da Chevrolet foi suspensa por três semanas por falta de insumos e componentes essenciais.

“O mercado já está sendo afetado pelas paralisações de algumas montadoras. A General Motors está deixando de entregar o Onix, que é o principal produto dela. A Honda também estava com problemas de suprimentos. Várias delas estão com problemas e isso acaba afetando o mercado como um todo, que está andando de lado e até desaquecendo”, analisou o engenheiro.

O agravamento recente da pandemia também fez com que os consumidores ficassem mais cautelosos na hora de investir em um carro.

“Estamos tendo quedas de produção e, consequentemente, quedas de demanda do setor [em razão] de o pessoal estar se segurando frente aos riscos que estão acontecendo hoje nos termos de pandemia”, completou Antônio Jorge Martins.

Ainda segundo a Volkswagen, serão mantidas apenas atividades essenciais nas fábricas e os funcionários das áreas administrativas atuarão em trabalho remoto.

A paralisação atinge as quatro fábricas da marca no país: São Bernardo do Campo (SP), que produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro, Taubaté (SP), que faz Up, Gol e Voyage, São Carlos (SP), responsável pela produção de motores, e São José dos Pinhais (PR), de onde saem Fox e T-Cross.

‘Foco nas vacinas’

Para o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, em uma entrevista à GloboNews, as empresas e os funcionários, através dos sindicatos, devem estabelecer acordos. Ele disse que boas negociações são possíveis “quando existe boa fé, quando existe bom diálogo entre as partes”.

Sobre a pandemia, o executivo apontou que é necessário “colocar mais foco nas vacinas”, além de ações solidárias. “Não pensar no individual e pensar no coletivo, com distanciamento social, uso de máscaras”, aconselhou.

Sindicato apoia paralisação

A decisão da Volkswagen foi tomada após negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que pressiona as empresas da região pela paralisação das fábricas, segundo divulgou em nota o Sindicato.

A entidade reforçou ainda que segue em contato com as outras montadoras da região, como Mercedes-Benz, Toyota e Scania, reivindicando a suspensão das atividades.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, disse que ainda não houve acordo com todas as empresas, mas que a entidade “vai orientar seus associados a abrir negociação com os sindicatos responsáveis por cada planta produtiva, para discutir a situação e a possibilidade de parada, caso a caso”.

Fonte: Portal G1

 

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