Fabrício Queiroz é preso em Atibaia

Polícia chegou ao paradeiro de Queiroz a partir de dica em celular apreendido no RJ.

A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro chegou à localização de Fabricio Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em Atibaia, no interior paulista, onde foi preso na manhã desta quinta-feira (18), a partir de um celular que foi apreendido durante uma operação no Rio.

Havia, uma citação no aparelho de que Queiroz estava vivendo “escondido” na casa em que foi localizado, que é de propriedade do advogado Frederick Wassef, que atua na defesa da família Bolsonaro.

Não foi divulgado, até o momento, quando e onde este celular foi apreendido. Queiroz e Flávio Bolsonaro são investigados pelo MP e a polícia fluminense em um esquema sobre “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Queiroz começou a ser monitorado pela polícia paulista há 10 dias, a pedido de promotores do Rio, que fizeram uma campana e filmaram o local para tentar confirmar a informação.

Mas o ex-assessor não saiu nenhum dia do imóvel enquanto era monitorado pela Polícia Civil. Ao desencadear a operação, na manhã desta quinta, os policiais ainda não tinham certeza de que Queiroz estava no local.

Moradores vizinhos à casa onde Fabrício Queiroz foi preso na manhã desta quinta-feira disseram que tanto ele quanto os caseiros tinham uma rotina discreta, mas que faziam churrascos frequentemente. A psicóloga Alba D’ Ávila, de 38 anos, que mora na casa vizinha ao imóvel, lembra que, além do caseiro, um homem calvo também participava. A moradora não soube dizer se era Queiroz.

Pode ser que eu tenha visto (Queiroz), mas nunca iria ligar o nome à pessoa  diz ela, lembrando que todos na casa onde estava Queiroz evitavam muita conversa com a vizinhança.

Apesar de viver há um ano na casa do advogado Frederick Wassef, Queiroz parece ter passado mesmo despercebido por vizinhos no bairro Jardim dos Pinheiros, em Atibaia, interior paulista. Os moradores da rua dizem que viam pouca movimentação no imóvel, uma casa ampla com um grande gramado na frente.

Foi uma surpresa para a gente ele estar escondido aqui conta a dona de casa Aline Pinheiro, 33 anos, moradora de um sobrado em frente à casa que servia como escritório de Wassef.

Ainda segundo Aline, que mora há dois anos no bairro, apenas os caseiros eram vistos entrando e saindo do local.

Uma mulher costumava lavar a calçada e um homem cuidava do jardim disse a moradora da rua.

Outros vizinhos também afirmam nada ter visto. Um homem responsável por uma obra em frente à casa disse que até quarta-feira um carro da marca Palio estava estacionado em frente ao imóvel do advogado. Em seguida, ele conta ter visto o veículo entrando na casa.

Havia nesta quinta-feira na garagem um Honda Acord.

Localizado às margens da rodovia D. Pedro, o bairro Jardim dos Pinheiros tem casas amplas e ruas com pouco movimento. Na entrada do bairro, há um lago. A região fica a cinco minutos de carro do centro de Atibaia. Muitas casas são usadas como refúgio de fim de semana por famílias que vivem em São Paulo. Atibaia é também a cidade onde o ex-presidente Lula teria recebido um sítio como propina de empreiteiros envolvidos em esquemas fraudulentos em seu governo. Lula nega a propriedade do imóvel.

Cartaz do AI-5

Sobre a lareira da casa onde Queiroz foi preso, a polícia de São Paulo encontrou um pequeno cartaz com um desenho da bandeira do Brasil e a mensagem “AI-5”. Trata-se de menção ao Ato Institucional decretado em 1968 pelo governo militar, que resultou no fechamento do Congresso Nacional, cassou mandatos e suspendeu o direito a habeas corpus para crimes políticos, entre outras medidas que suspenderam garantias constitucionais.

Em entrevistas nos últimos dois anos, o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, sempre insinua que o governo federal deve considerar a adoção de medida semelhante caso a oposição ao governo “se radicalize”. Ainda não está claro se o cartaz com a mensagem foi levado à casa de Atibaia por Queiroz ou pelo proprietário do imóvel, Frederick Wassef, que é o advogado do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Flávio Bolsonaro.

Além do cartaz, também enfeitavam a lareira bonecos em miniatura do mafioso Tony Montana, protagonista do filme “Scarface”. Em imagem de 2011 da fachada da casa, há um enfeite na porta com a inscrição “Sonho Meu”.

Imóveis em Atibaia

A família de Wassef possuiu vários imóveis na cidade de Atibaia, inclusive um comprado pela Prefeitura em 2003 para a construção do Fórum do município. De acordo com pesquisa nos cartórios da cidade, a família adquiriu três lotes no Jardim dos Pinheiros, onde fica a casa em que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro estava escondido.

As aquisições foram feitas separadamente: uma em 1987, outra em 1992. Em setembro de 2018, Frederick Wassef adquiriu mais um lote na região. A maior propriedade da família na região, entretanto, foi vendida em 2010 à TBA Holding por mais de R$ 2,9 milhões.

A empresa, hoje chamada Drexell, era de propriedade da ex-esposa de Wassef, Maria Cristina Boner Leo. Bem-sucedido, Wassef também tem outras propriedades no estado de São Paulo: na capital, em Campos do Jordão e em São José dos Campos. Este último foi comprado em novembro de 2019, por R$ 222 mil. O GLOBO procurou Wassef nesta quinta, mas ele não atendeu os telefonemas.

Fabrício Queiroz chega ao presídio de Bangu

Fabrício Queiroz chegou, por volta das 15h25, ao Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O ex-assessor de Flavio Bolsonaro foi preso na manhã desta quinta-feira em Atibaia, no interior de São Paulo, por agentes do Ministério Público e da Polícia Civil, na Operação Anjo.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária i(Seap), Queiroz ingressou no sistema no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte. No entanto, por questões de segurança e por conta da pandemia do novo coronavírus, o também ex-motorista de Flávio Bolsonaro cumprirá o isolamento social durante 14 dias em Bangu.

Em nota, a pasta ressaltou que o isolamento social de 14 dias é protocolo de prevenção ao contágio e disseminação da covid-19 e se aplica a todos os ingressos do sistema prisional.

Fonte: Extra

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