Toneladas de vegetação que prolifera com esgoto cobrem praias da Região dos Lagos

Isso tudo é consequência do crescimento urbano desenfreado e da falta de saneamento.

Os turistas que estão aproveitando as festas de fim na Região dos Lagos vêm se deparando com uma paisagem diferente. A abertura da ligação de duas lagoas com o mar no município de Carapebus, a mais de cem quilômetros de distância, levou toneladas de gigogas e taboas plantas aquáticas que proliferam com o esgoto para as praias de Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal abriram uma investigação apurar as responsabilidades e avaliar os danos ambientais.

A prefeitura abriu a barra espécie de língua de areia que separa o mar da Lagoa de Carapebus em 13 de dezembro após uma forte chuva. A intenção seria evitar a inundação das casas que ficam no entorno da lagoa. O mesmo teria sido feito na Lagoa Paulista, a seis quilômetros de distância, só não se sabe se por funcionários do município ou por moradores.

As circunstâncias dessa abertura são investigadas pelo MPF e pela PF já que as duas lagoas ficam no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, uma área de conservação ambiental federal administrada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). O procedimento foi instaurado após uma informação repassada ao MPF pelo chefe do parque, Marcelo Braga Pessanha. No documento, ele conta que “populares” tentaram abrir a barra da Lagoa de Carapebus de maneira clandestina.

A prefeitura do município conseguiu autorização do ICM-Bio para fazer a abertura e conter a inundação. De acordo com o documento de Pessanha, moradores se aproveitaram e abriram, de forma clandestina, outra barra, a da Lagoa Paulista. O chefe do parque atribui aos rompimentos a causa do dano ambiental.

Pessanha ressalta no documento que a prefeitura abriu a barra da Carapebus num ponto onde moradores já tinham tentado retirar a areia, mas que não era o mais indicado tecnicamente. Na última sexta-feira, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) restabeleceu as barras após uma semana abertas. Ontem, no entanto, a barra da Paulista voltou a se romper, mas de forma natural. Isso significa que mais plantas aquáticas podem chegar à Região dos Lagos, já que elas demoram cerca de três dias para se deslocar até as praias.

O biológico Mário Moscatelli atribuiu o dano ambiental a problemas de gestão em Carapebus. Segundo ele, a falha teve início na falta de fiscalização que permitiu construções na beira das lagoas. Foram esses imóveis que foram atingidos com a inundação após a chuva. O especialista também criticou o despejo de esgoto nos recursos hídricos, o que ajuda na proliferação de plantas aquáticas.

Isso tudo é consequência do crescimento urbano desenfreado e da falta de saneamento. Além disso, a prefeitura tem que ter alternativas para essa situação (de inundação). Os danos dessa abertura têm que ser avaliados antes que se tome essa medida disse Moscatelli.

Enquanto turistas tentam escapar das montanhas de vegetação nas areias, as prefeituras dos balneários atingidos montam forças-tarefas para manter as praias limpas. Apenas no Peró, em Cabo Frio, foram recolhidas cerca de 420 toneladas de gigogas e taboas no período de uma semana. Em Búzios, as equipes retiraram 20 toneladas.

O diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcelo Morel, afirma que a presença das plantas não afetou a balneabilidade das praias. Segundo ele, a salinidade do mar mata as bactérias oriundas do esgoto.

O pior é o efeito visual, além do mau cheiro causado pela vegetação morta. Essas plantas morrem assim que saem da lagoa e vão para o mar explicou.

e da prefeitura ontem. Com a ruptura, grande volume de água escura e de vegetação invadiu as águas cristalinas do oceano.

Fonte: Jornal Extra

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