O time de Bolsonaro: conheça os ministros confirmados para o novo governo
Na posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, 1º de janeiro, começam a trabalhar também os novos ministros e altos funcionários que farão parte de sua equipe de governo. Atualmente, o desenho da Esplanada divulgado pela equipe de transição conta com 22 ministérios.
PUBLICIDADE
Entre eles, há três generais da reserva do Exército e um almirante. Outros três ministros, Luiz Henrique Mandetta, Marcos Pontes e Wagner de Campos Rosário, passaram pelas Forças Armadas durante sua formação ou ocupando postos menores.
A esplanada de Bolsonaro também terá duas mulheres: Damares Alves, à frente do novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, e Tereza Cristina, comandando o Ministério da Agricultura.
Conheça os futuros Ministros:
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
Advocacia-Geral da União
Advogado, passou parte da carreira na empresa BR Distribuidora e na própria Advocacia-Geral da União (AGU).
- Na AGU, foi Corregedor-Geral; Adjunto do Procurador-Geral da União; Diretor do Departamento de Patrimônio e Probidade; Coordenador de Medidas Disciplinares; Vice-Diretor da Escola da AGU; e Procurador-Seccional da União em Londrina.
- Nos anos recentes, atuou dentro da Controladoria Geral da União (CGU), com destaque na negociação de acordos de leniência.
- Na Universidade de Salamanca (Espanha), estudou corrupção e escreveu artigos sobre a negociação de acordos com empresas.
AUGUSTO HELENO
Gabinete de Segurança Institucional
- Conheceu Jair Bolsonaro ainda na década de 70, quando foi seu instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras.
- É general de quatro estrelas, o topo da hierarquia do Exército.
- Na força, ocupou cargos de grande visibilidade: foi o primeiro comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (ou Minustah, conforme sua sigla) de 2004 a 2005 e liderou o Comando Militar da Amazônia de 2007 a 2009.
- Em 2011, ao encerrar a carreira no Exército, elogiou o golpe militar de 1964 ao se referir à memória do pai, que também serviu às Forças Armadas: “Lutastes, em 1964, contra a comunização do país e me ensinastes a identificar e repudiar os que se valem das liberdades democráticas para tentar impor um regime totalitário de qualquer matiz”.
- Depois de ir para a reserva, se aproximou de funções ligadas à comunicação. Foi consultor de segurança e assuntos militares da TV Bandeirantes e dirigiu a Comunicação e a Educação Corporativa do Comitê Olímpico Brasileiro.
BENTO COSTA LIMA LEITE
Ministério de Minas e Energia
- Almirante de Esquadra e diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico na Marinha.
- Graduou-se na Escola Naval, no Rio, fez MBA na Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em ciência política na Universidade de Brasília.
- Na Marinha, comandou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ
Secretaria de Governo
- Engenheiro civil de formação e general da reserva do Exército.
- Comandou a Minustah, no Haiti, de 2007 a 2009.
- Por alguns meses, ficou à frente da Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça de Michel Temer.
DAMARES ALVES
Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos
- Advogada e pastora na Igreja Batista da Lagoinha.
- Nos anos recentes, trabalhou como assessora do senador Magno Malta (PR-ES) – que, por sua vez, faz parte do núcleo próximo a Bolsonaro desde a eleição, mas não se elegeu a um cargo no Legislativo.
- Coloca-se frequentemente como ativista contra a descriminalização do aborto e contra o “infanticídio indígena”.
ERNESTO ARAÚJO
Ministério das Relações Exteriores
- Diplomata de carreira, trabalhava no Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty antes de ser levado à Esplanada.
- Escrevia um blog no qual expunha suas opiniões contra o PT e a esquerda, enquanto elogiava Jair Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump.
- É graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB).
FERNANDO AZEVEDO E SILVA
Ministério da Defesa
- General da reserva do Exército.
- Foi, até recentemente, assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli.
- Ocupou o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército e esteve à frente da Autoridade Pública Olímpica durante o governo de Dilma Rousseff.
GUSTAVO BEBIANNO
Secretaria-Geral da Presidência
- Advogado, passou a assessorar juridicamente Bolsonaro de forma voluntária a partir de 2017; atuou, inclusive, na defesa do presidente eleito quando ele foi processado pela deputada petista Maria do Rosário.
- Presidiu o PSL durante a campanha eleitoral.
- É formado em Direito pela PUC-Rio e mestre em finanças pela Universidade de Illinois (EUA).
- Foi diretor jurídico do Jornal do Brasil e sócio do escritório de advocacia Sergio Bermudes.
GUSTAVO CANUTO
Ministério do Desenvolvimento Regional
- Servidor de carreira do Executivo, ocupou, no Ministério da Integração Nacional (que será fundido à pasta das Cidades), os cargos de chefe de gabinete do ministro e de secretário-executivo.
- É formado em Engenharia da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).
LUIZ HENRIQUE MANDETTA
Ministério da Saúde
- Médico, candidatou-se ao primeiro cargo público em 2010, quando foi eleito deputado federal pelo DEM-MS; já no primeiro ano de mandato, foi eleito presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da casa.
- Graduou-se na Universidade Gama Filho, no Rio e fez residência em ortopedia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (o serviço era chefiado por seu pai, o também ortopedista Hélio Mandetta). Posteriomente, especializou-se em ortopedia infantil em Atlanta (EUA).
- Nos anos 1990, foi médico do Exército, no posto de tenente.
- Começou a se aproximar da vida pública quando assumiu a secretaria de Saúde de Campo Grande, cargo que ocupou entre 2005 e 2010.
- É alvo de um inquérito no qual é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois; ele nega irregularidades.
MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO
Ministério do Turismo
- Foi vereador por Belo Horizonte e está em seu segundo mandato como deputado federal (PSL-MG).
- É membro da Frente Parlamentar Evangélica.
- Já foi filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP), ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) e ao Partido da República (PR).
- Fez faculdade de Engenharia Civil em Belo Horizonte, mas não completou o curso.
MARCOS PONTES
Ministério da Ciência e Tecnologia
- Engenheiro e tenente-coronel da Força Aérea, ficou famoso aos olhos do público ao se tornar o primeiro astronauta brasileiro a ir para o espaço: em 2006, ele participou de uma expedição à Estação Espacial Internacional, onde ficou pouco mais de uma semana.
- Meses depois da missão, foi para a reserva da Força Aérea Brasileira (onde ingressou em 1981). A partir daí, passou a dedicar-se a palestras e consultorias, o que atraiu críticas.
- Sua projeção internacional começou em 1998, quando foi selecionado para um concurso da Agência Espacial Brasileira para representar o país na Nasa.
- É mestre em Engenharia de Sistemas e piloto de testes de aeronaves.
- Aproximou-se da política em 2014, quando foi candidato a deputado federal pelo PSB-SP, mas não foi eleito; hoje, é filiado ao PSL.
ONYX LORENZONI
Casa Civil
- Nos últimos anos, sua atuação parlamentar na Câmara dos Deputados foi marcada pela oposição ferrenha ao PT, pela mobilização a favor do impeachment de Dilma Rousseff, pela busca à flexibilização do Estatuto do Desarmamento e pela relatoria de projeto conhecido como Dez Medidas Contra a Corrupção, elaborado pelo Ministério Público.
- Foi reeleito deputado federal pelo DEM-RS; antes, cumpriu dois mandatos como deputado estadual.
- Participou da articulação da campanha de Bolsonaro desde 2017, contrariando a orientação do seu partido pelo apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).
- Foi citado na delação premiada da empresa JBS como receptor de R$ 200 mil para caixa dois eleitoral; ele admitiu ter recebido cerca de R$ 100 mil não declarados para cobrir gastos de campanha, mas afirmou que não houve contrapartida a essa doação, nem dinheiro público envolvido.
- É veterinário e começou a atuar na política como dirigente de entidades da categoria no Rio Grande do Sul. -Também no Estado, atuou por mais de 20 anos como clínico e cirurgião de animais no Hospital Veterinário Lorenzoni, do qual é sócio.
OSMAR TERRA
Ministério da Cidadania e Ação Social
- É deputado federal pelo MDB há cinco mandatos.
- Foi ministro do Desenvolvimento Social (que será incorporado à nova pasta por ele comandada) do governo Michel Temer.
- Médico, comandou a secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul e a prefeitura de Santa Rosa (RS).
PAULO GUEDES
Ministério da Economia
- Economista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, foi nos EUA que se aproximou mais do liberalismo econômico, do qual é adepto hoje; nos anos 1970, foi ao país cursar doutorado sobre política fiscal na Universidade de Chicago.
- De volta ao Brasil, atuou no mercado financeiro e na educação: em 1983, fundou o banco Pactual (hoje BTG Pactual) e presidiu o Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), uma escola de negócios. Também deu aulas na PUC e na FGV.
- Foi sócio de gestoras de recursos e, atualmente, é presidente da Bozano Investimentos, posto que deixará para integrar o novo governo.
RICARDO DE AQUINO SALLES
Ministério do Meio Ambiente
- Filiado ao partido Novo, tentou uma vaga como deputado federal por São Paulo, mas não se elegeu.
- Foi secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo entre 2016 e 2017, na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).
- Advogado de formação, é um dos criadores do movimento Endireita Brasil.
RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ
Ministério da Educação
- Nascido em Bogotá, na Colômbia, naturalizou-se brasileiro.
- Graduou-se em Filosofia e Teologia em Bogotá; no Brasil, cursou mestrado em Filosofia pela PUC-Rio (1974) e doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (1982).
- Segundo seu currículo na plataforma Lattes, tem pós-doutorado pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, em Paris.
- Em seu blog, defendeu valores conservadores no campo dos costumes e mostrou-se crítico da Teologia da Libertação, uma ala progressista da Igreja Católica.
ROBERTO CAMPOS NETO
Banco Central
- É neto de Roberto Campos (1917-2001), importante economista liberal que foi ministro durante a ditadura militar.
- Diretor do banco Santander, é responsável atualmente pela tesouraria, mas já atuou em diversas áreas. Passou também pelos bancos Bozano e Simonsen e pela gestora Claritas.
- Especialista em Finanças pela Universidade da Califórnia (EUA).
SÉRGIO MORO
Ministério da Justiça e Segurança Pública
- Como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandou a Lava Jato desde o seu início, em 2014 – período durante o qual condenou o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
- Formou-se em Direito pela Universidade Estadual de Maringá e, em seguida, fez mestrado e doutorado na Universidade Federal do Paraná, onde posteriormente deu aulas.
- Fez cursos na escola de direito de Harvard e no programa de combate à lavagem de dinheiro do Departamento de Estado dos EUA.
- Antes da Lava Jato, trabalhou em outros grandes escândalos de corrupção, como o caso Banestado, a Operação Farol da Colina e o Mensalão – neste, foi convocado pela ministra Rosa Weber para auxiliar na investigação.
TARCÍSIO GOMES DE FREITAS
Ministério da Infraestrutura
- Engenheiro civil formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), tem pós-graduação em Gerenciamento de Projetos e Engenharia de Transportes.
- Antes de ser alçado ao governo, trabalhava como consultor legislativo da Câmara dos Deputados.
- Já foi diretor-executivo e diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no governo de Dilma Rousseff; também atuou como engenheiro na Companhia de Engenharia Brasileira e na missão de paz da ONU no Haiti (Minustah).
TEREZA CRISTINA
Ministério da Agricultura
- Deputada federal pelo DEM-MS, assumiu o primeiro mandato em 2015 e se tornou nome forte da Frente Parlamentar da Agropecuária.
- Na trajetória parlamentar, defendeu a PEC 125, que propõe passar para o Congresso a competência para demarcar terras indígenas. Também ocupou a presidência da comissão que aprovou polêmico projeto de lei que flexibiliza o uso e o controle de agrotóxicos, ainda em tramitação na Câmara.
- É engenheira agrônoma e teve cargos em governos anteriores de seu Estado.
WAGNER DE CAMPOS ROSÁRIO
Ministério da Transparência, Fiscalização e CGU
- Ocupa o cargo como titular desde junho de 2018; no entanto, já havia assumido o posto interinamente em maio de 2017.
- É funcionário de carreira da CGU.
- Graduado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras e pós-graduado pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército.
- Também tem mestrado em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha.
Magé|Online.com – Notícias