Witzel afirmou que seu projeto é ter uma escola militar em cada município do estado.
Ex-juiz federal, o candidato ao governo do estado do Rio Wilson Witzel (PSC) tem um programa de governo de 66 páginas no qual, antes de apresentar suas propostas, faz sempre uma espécie de dissertação sobre cada tema, ressaltando a corrupção e os problemas ao longo das gestões passadas. Ideias como autorização para “abate”, por policiais, de criminosos armados; a criação de uma rede de escolas estaduais militares, em parceria com as Forças Armadas e a Polícia Militar; e o fim de agências reguladoras marcam seu plano e podem provocar controvérsia.
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Witzel afirmou que seu projeto é ter uma escola militar em cada município do estado. No entanto, a ideia pode ser de difícil execução: há cidades que têm apenas uma unidade de ensino. Outro projeto de Witzel que promete grande polêmica é a proposta do candidato de acabar com a Secretaria de Segurança Pública e assumir, ele próprio, o comando ao lado das polícias Militar e Civil. Na área econômica, o ex-magistrado afirma que revogará a lei que autorizou o Rio a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, medida que pode trazer problemas com a União e até com outros estados.
O candidato pretende ainda extinguir agências reguladoras, “cessando o uso do estado para a criação de monopólios e oligopólios, colocando as secretarias competentes ao serviço de políticas de qualidade e de defesa dos consumidores”.
Em seu programa de governo, explorando a popularidade da Operação Lava-Jato no Rio, Witzel procura frisar que pretende aplicar a experiência da força-tarefa no estado, principalmente nas investigações de corrupção e lavagem de dinheiro. Até mesmo na Saúde, promete foco na investigação da corrupção.
Witzel também incluiu, em seu plano, medidas que já foram implementadas no estado e revogadas em seguida, sem que tenham sido consideradas eficazes. Uma delas é a criação de um modelo de bonificação por desempenho para os professores da rede estadual. Há, ainda, propostas de implementar medidas que já são realidade. Exemplo é a criação de uma força-tarefa dedicada a apurar a morte de policiais, o que já está em prática.
O candidato também tem propostas ambiciosas. Uma delas é o investimento em um moderno sistema de monitoramento eletrônico na Região Metropolitana. A ideia, afirma, é a instalação de câmeras com reconhecimento facial. A PM receberia tais informações. A execução seria através de uma parceria público-privada:
Se o bandido estiver mascarado, até a forma do sujeito andar será comparada pelo software. O custo para o estado será zero.
Fonte: Jornal Extra